segunda-feira, 24 de junho de 2013

Cristo desceu ao inferno e pregou aos mortos?

COMUNICAÇÃO SOBRE:
Cristo desceu ao inferno e pregou aos mortos?
Baseado no pensamento de Wayne Grudem
Por José Roberto, Luciano Jesus, Luiz Aurélio e Leandro Pedras
CEFORTE – CASCADURA – 3º PERÍODO - 2013

Doutrinador:
   Wayne A. Grudem (1948) é um teólogo protestante, PhD pela Universidade de Cambridge, é titular do Departamento de Teologia Bíblica e Sistemática na Trinity Evangelical Divinity School, nos Estados Unidos, uma das mais bem reputadas escolas teológicas daquele país. Grudem publicou várias literaturas, dentre as quais, se destaca o Livro de Teologia sistemática, escrito com uma linguagem de fácil compreensão.

Introdução
Teria Cristo descido ao inferno? Argumenta-se às vezes que Cristo desceu ao inferno depois de morrer. A frase “desceu ao inferno” não aparece na Bíblia. Mas o Credo Apostólico, amplamente usado, diz: “foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao inferno; e ao terceiro dia ressurgiu dos mortos”. Isso significa que Cristo suportou mais sofrimentos após sua morte na cruz? Como veremos abaixo, um exame dos indícios bíblicos indica que não. Mas antes de examinar os textos bíblicos relevantes, deve-se analisar a frase “desceu ao inferno” do Credo Apostólico.

- A origem da frase “desceu ao inferno”
Antecedentes obscuros encontram-se por trás de grande parte da história da frase em si. Suas origens, quando podem ser identificadas, estão bem longe de louváveis. O grande historiador eclesiástico Philip Schaff resumiu o desenvolvimento do Credo Apostólico num extenso diagrama, parte do qual reproduzimos nas p. 486-488.
Esse diagrama mostra que, diferentemente do Credo de Níceia e da definição de Calcedônia, o Credo Apostólico não foi escrito nem aprovado por algum concílio eclesiástico num tempo especifico. Antes, ele tomou forma de modo gradual desde cerca de 200 d.C. até 750 d.C.
É surpreendente descobrir que a frase “desceu ao inferno” não se encontrava em nenhuma das versões primitivas do credo (nas versões usadas em Roma, no resto da Itália e na África) até que ela apareceu em uma das duas versões de Rufino em 390 d.C. Depois não foi incluída de novo em nenhuma versão do Credo anterior a 650 d.C. Além disso, Rufino, a única pessoa a incluí-la antes de 650 d.C., não pensava que essa frase significasse que Cristo desceu ao inferno, mas que foi “sepultado”. Em outras palavras, ele entendia que a frase significava que Cristo “desceu a sepultura”. (A forma grega traz hades, que pode significar apenas “sepultura”, e não geena, “inferno, lugar de punição”.). Devemos também observar que a frase só aparece em uma das duas versões do credo que temos de Rufino, e não foi na forma romana do credo que ele preservou.
Isso quer dizer, portanto, que até 650 d.C. nenhuma versão do credo incluía essa frase com a intenção de dizer que Cristo “desceu ao inferno” – a única versão que incluía a frase antes de 650 d.C. dava-lhe um significado diferente. Nesse ponto, deve-se perguntar se o termo apostólico pode ser de alguma forma aplicado a essa frase, ou se ela tem realmente lugar legitimo num credo cujo título reivindica para si a origem dos mais antigos apóstolos de Cristo.
Essa pesquisa do desenvolvimento histórico da frase também levanta a possibilidade de que quando ela começou a ser usada com mais frequência, isso pode ter ocorrido em outras versões (agora perdidas) que não tinham a expressão “e sepultado”. Se isso for verdade, é provável que a frase significasse para outros exatamente o que ela significava para Rufino: “desceu à sepultura”. Mais tarde, porém, quando a frase foi incorporada em diferentes versões do credo que já tinham a frase “e sepultado”, alguma outra interpretação tinha de ser dada a ela. Essa inserção equivocada da frase depois das palavras “e sepultado” aparentemente feita por alguém por volta de 650 d.C. – levou a toda sorte de tentativas para explicar “desceu ao inferno” de algum modo que não contrariasse o restante das Escrituras.

- Isso significa que Cristo “desceu” ao inferno?
À primeira vista não fica claro o que significa “às regiões inferiores da terra”, mas outra tradução parece dar o melhor sentido: “Que quer dizer ‘ele subiu’, senão que também desceu às regiões terrenas inferiores?” (NIV). Aqui a NIV entende que “desceu” refere-se à vinda de Cristo à terra como criança (a encarnação). As últimas quatro palavras são uma interpretação aceitável do texto grego, tornando a frase “regiões inferiores da terra” como “regiões inferiores que são a terra” (a forma gramatical no grego seria chamada genitivo de aposição). Fazemos o mesmo, por exemplo com a frase “a cidade de Chicago”, uma vez que queremos dizer “a cidade que é Chicago”.
A interpretação da NIV é preferível nesse contexto porque Paulo está dizendo que o Cristo que subiu ao céu (na ascensão) é o mesmo que antes desceu do céu. Aquela “descida” do céu ocorreu, é claro, quando Cristo nasceu como homem. Assim, o versículo fala da encarnação, não de descer ao inferno.
(d) 1 Pedro 3.18-20. Para muitos, essa é a passagem mais intrigante em todo o assunto. Pedro diz que Cristo foi “morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca”.

- Isso falaria de Cristo pregando no inferno?
Alguns entendem que “foi e pregou aos espíritos em prisão” significa que Cristo foi ao inferno e pregou aos espíritos que ali estavam – ou proclamando o evangelho e oferente uma segunda oportunidade de arrependimento, ou só proclamando que havia triunfado sobre eles e que estavam eternamente condenados.
Mas essas interpretações não explicam de modo adequado nem a própria passagem nem sua colocação nesse contexto. Pedro não diz que Cristo pregou aos espíritos em geral, mas só aos que “noutro tempo foram desobedientes [...] enquanto se preparava a arca”. Tal público limitado – os que desobedeceram durante a construção da arca – seria um grupo estranho pelo qual Cristo teria descido ao inferno para pregar. Se Cristo proclamou seu triunfo, por que só a esses pecadores e não a todos? E se ele ofereceu uma segunda oportunidade de salvação, porque só a esses pecadores e a todos? Ainda mais difícil para essa concepção é o fato de as Escrituras em outras partes indicarem que não há oportunidade de arrependimento após a morte (Lc 16.26; Hb 10.26-27).
Além disso, o contexto de 1 Pedro 3 torna improvável uma “pregação no inferno”. Pedro está incentivando seu leitores a testemunhar com ousadia a incrédulos hostis à sua volta. Ele só lhes diz que devem estar “sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança” que há neles ( 1 Pe 3.15, NVI). Esse tema evangelístico perderia sua urgência se Pedro estivesse ensinando uma segunda oportunidade de salvação após a morte. E não caberia em absoluto uma “pregação” de condenação.

- Isso falaria de Cristo pregando a anjos decaídos?
Para dar uma explicação melhor a essas dificuldades, alguns comentaristas propõem que se entenda “espíritos em prisão” como espíritos demoníacos, os espíritos dos anjos decaídos, dizendo que Cristo proclamou condenação a esses demônios. Isso (alegam) consolaria os leitores de Pedro, mostrando-lhes que as forças demoníacas que os oprimiam também seriam derrotadas por Cristo.
Entretanto, os leitores de Pedro teriam de se submeter a um processo de raciocínio incrivelmente complicado para chegar a essa conclusão, já que Pedro não ensina isso de modo explicito. Eles teriam de raciocinar a partir do seguinte: (1) alguns demônios que pecaram há muito tempo foram condenados; (2) outros demônios estão agora incitados nossos perseguidores humanos; (3) aqueles demônios também serão um dia igualmente condenados; (4) portanto, seus perseguidores serão por fim também julgados. Finalmente os leitores de Pedro chegariam à mensagem dele: (5) Por isso, não temam seus perseguidores.
Os que defendem essa idéia de “pregação aos anjos decaídos” precisam pressupor que os leitores de Pedro “leriam nas entrelinhas” para concluir tudo isso (pontos 2 a 5) a partir da simples declaração de que Cristo “pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes” (1 Pe 3. 19-20). Mas não parece muito complexo dizer que Pedro sabia que seus leitores leriam tudo isso nas entrelinhas?
Alem disso, Pedro destaca pessoas hostis, não demônios, no contexto (1 Pe 3.14, 16). E ondo os leitores de Pedro encontrariam a idéia de que os anjos pecaram “enquanto se preparava a arca”? Não há nada disso na história de Genesis a respeito da construção da arca. E (apesar do que reclamam alguns), se examinarmos todas as tradições da interpretação judaica da história do diluvio, não encontramos menção de anjos pecando especificamente “enquanto se preparava a arca”. Assim, a ideia de que Pedro está falando de Cristo proclamando julgamento a anjos decaídos também não é de fato convincente.


Bibliografia: Teologia Sistemática Atua e Exaustiva – Wayne Grudem ed. Vida Nova.

* Apenas uma defesa sobre um pensamento. Porém outras linhas da teologia sistemática defendem que Cristo pregou aos mortos durante os 3 dias que antecederam sua ressurreição.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Manifestações populares contra a corrupção. "E OS CRISTÃOS?"

   As pessoas sempre me perguntam sobre minha opinião quanto às manifestações populares que temos visto em todo Brasil. Você concorda, Leandro? Pedras, fale alguma coisa? O "crente" pode protestar nas ruas? Você não acha que o povo pode ser "massa de manobra"?

- Analisando brevemente os discursos
   Analiso os dois discursos que nossa Presidente, a Sra. Dilma, fez. Primeiro ela refutou os protestos, dizendo serem uma ação de sua oposição, tentando desqualificá-los. Depois, percebendo que não era, falou bem, falou de democracia e legitimou as manifestações contra a corrupção, como se estivesse isenta disso, ou que não fosse com ela. Só para lembrar: a Copa foi aprovada, os orçamentos foram aprovados, os estádios foram construídos no seu governo e no de seu antecessor, colega partidário, e tudo está sendo finalizado em seu governo. Não creio que a oposição tenha feito 10% das obras da Copa, visto que tudo é gerenciado pelo governo.

- O povo por si só
   Vendo os protestos, podemos perceber uma "desorganização" nas manifestações, com horários, locais, movimentações, várias datas, discursos e falas. A mobilização é boa e até em grande número, mas as vezes vemos imagens de um grupo indo por uma rua, enquanto outro vai para uma praça, denotando uma saudável falta de liderança. Quanto aos resultados, só saberemos com o tempo. Não tenho condições e tempo para participar dos protestos. Não julgo quem vai, nem quem fica em casa. Cada um cuida dos seus interesses, sendo eles individuais ou coletivos. Porém, entendo que o povo, inclusive os cristãos deveriam se politizar mais. Alguns de nós, cristãos, somente sabemos o nome do Vice-presidente, por ser divulgado um dia que ele poderia ser membro de uma seita satanista.

- Cristão protesta?
   Historicamente, isso nos rendeu até um nome, "protestante", já dizemos "não" a tudo que mancha a vida da sociedade. E isso não foi sempre ligado somente no campo religioso. Aliás, nunca. O próprio Cristo foi crucificado por andar na contramão do seu tempo. Falou contra tudo que era uma deturpação da lei divina, contra o que era errado, e contra o que parecia certo, mas não era. Também falou contra a demagogia e hipocrisia, tanto dos governantes como dos governados. Além de mostrar que temos um papel como cidadãos, e que temos direitos e deveres como tais.  Pregou o amor, da maneira mais  pacífica já registrada e foi retaliado na mesma proporção contrária.
 
   Também temos o exemplo de Martinho Lutero, que pacificamente protestou, escrevendo suas teses contra o que estava corrompido pela Igreja e Estado. Por isso, viveu parte de sua vida fugindo dos que faziam a oposição.

   Outro, na Europa, que pregou o evangelho, mas também uma vida digna, justa, e incorruptível, já aqui na terra, e não somente na eternidade foi John Wesley. Ele liderou um grupo, apelidado de Metodistas, por pregarem uma vida correta enquanto cidadãos terrenos. Desta forma, influenciou uma geração e marcou uma mudança histórica na Inglaterra, gerando frutos em toda Europa e fora dela.

   Nós, cristãos, já protestamos quando testemunhamos com nossas vidas, refletindo a vida de Cristo. Já protestamos quando dizemos não à corrupção, ao troco a mais, não aceitando trapaça e com nossos eventos e mega-eventos sem registro policial algum. 

- Cortando a própria carne
"Mas, existem vários crentes que são corruptos!"
Vemos uma afirmação verdadeira. Infelizmente! Mas analisando ainda os protestos, observamos que em sua maioria, mesmo sem a devida precisão, o povo quer fazer pacificamente seus manifestos. E, mesmo assim, um pequeno grupo, insiste em vandalizar, radicalizar, barbarizar. Por várias vezes, ouvimos nas entrevistas, que o movimento é pacífico, e que somente "uma meia duzia" quer o quebra-quebra. Em todos os seguimentos temos pessoas que usam os discursos do grupo em que se encontram inseridas, usam as ideologias, os movimentos, a máquina, a institucionalidade... porém não estão comprometidas com a honestidade, sobriedade, nobreza ou coisa que o valha, que este grupo prega ou representa.
Obviamente, quando falo do protesto cristão, que acompanha toda a história, falo da maioria esmagadora que tem o discurso condizente com os atos.

- Afinal, participo ou não?
Devemos participar como cidadãos terrenos, segundo nossa própria consciência, sim. Mas, sempre devemos nos posicionar, como cidadãos celestiais, orando, falando do evangelho genuíno de Cristo e dizendo "não" ao pecado. Testemunhando com nossos discursos e atos. Na verdade, já puxamos a fila há muito tempo.
Abraço e paz de Cristo.



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Imagem: Internet
Correção: Cecília Maria Santos

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios


COMUNICAÇÃO SOBRE:
A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios
(do Concílio de Jerusalém ao martírio de Paulo – 48-68 d.C)

Livro: História da Igreja Cristã
Editora: Vida (2007)
Capítulo abordado: 4
Autor: Jesse Lyman Hurlbut
Sobre o autor: (1843-1930) foi diretor do Instituto Bíblico de Newark, EUA, e um dos fundadores da League Epwoth, tida como o primeiro ministério de jovens da história da Igreja. Autor de mais de trinta livros de estudos bíblicos.
Palavras-chave: Paulo, Evangelho, gentios, viagem, igreja, Jerusalém

Introdução
            Após o Concílio de Jerusalém, a Igreja ganhou liberdade para aumentar e expandir a obra de Cristo, levando o evangelho do Mestre à todas pessoas, raças e nações. A tradição supõe que nesta época, os judeus, membros da igreja ainda observavam a lei judaica, mesmo estas leis sendo interpretadas de maneira mais aberta por líderes como Paulo. Mas os gentios podiam estar na igreja sem se submeterem às exigências da lei (lei mosaica)

Autoridades
            Para o estudo do período tratado aqui, precisamos tomar por base os livros de Atos (a partir do capítulo 16), as epístolas paulinas e o primeiro versículo da primeira epístola de Pedro (que possivelmente se refere a países talvez visitados por ele). Também podemos considerar algumas tradições do período imediato à era apostólica.

Campo e membros
            O território de atuação da Igreja alcançava todo o Império Romano. O número de membros gentios aumentava, enquanto o de judeus diminuía. Junto com o aumento dos cristãos gentios, aumentava também o ódio em relação a eles. Na maioria das ocasiões de perseguição contra os cristãos desta época, quem instigava eram os judeus.

Líderes
Durante este período, destacam-se 3 líderes na Igreja: Paulo, Pedro e Tiago.
Destes, Paulo é o que mais se destaca. Considerado o “Apóstolo dos Gentios”, fez enormes viagens nesse período, implantou várias igrejas, fundamentou líderes e organizou a teologia cristã
Pedro, cujo nome apenas consta em registros e foi reconhecido por Paulo como uma das “colunas”.
Tiago, irmão mais novo de Jesus e líder da igreja de Jerusalém e dos judeus cristãos da época. Fiel e conservador dos costumes judaicos, mas não se opunha que o evangelho fosse pregado aos gentios.
Os três citados perderam a vida como mártires da fé, neste período.

Viagens missionárias de Paulo
Referências bíblicas das viagens de Paulo:
- Segunda viagem – Visita à Europa (At 15.36 a 18.22).
- Terceira viagem – À Igreja em Éfeso (At 18.23 a 21.17; 16.1-3; Fp 2.19-22; At 19.22; 20.4; 19.10; Ap 1.4,11; At 20.1,2; 20.6-12; 20.17-36).
- Quarta viagem – Paulo é preso (At 27 e 28; 25.9-12; 27.2; 27.3,5,8; 28.7-11; 28.16; 28.17-28; 28.30,31; Fp 1.12-14; Fm 22; 2Tm 4.20; Tt 1.5; Tt 3.12).
            O período em questão, conforme registrado nos 13 últimos capítulos de Atos, compreende somente as atividades de Paulo. Porém, outros missionários certamente atuaram, pois logo após o fim desse período são mencionados nomes de igrejas que Paulo jamais visitou.
            Segunda viagem – Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo, juntamente com Silas, saiu de Antioquia da Síria em direção à Ásia Menor (atual Turquia). Atravessou a Cilícia, região onde se situava Tarso, sua terra natal (onde possivelmente passou), seguindo para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia. Estabeleceram as igrejas de Filipos, Tessalônica e Beréia (província macedônica). Organizaram um pequeno núcleo na cidade de Atenas e uma forte congregação em Corinto. De Corinto, Paulo escreveu as duas cartas direcionadas à Igreja de Tessalônica (primeiras epístolas paulinas).
            Fundou igrejas em pelo menos sete cidades e podemos dizer, que, abriu o continente europeu à pregação do evangelho.
Visitou igrejas fundadas em sua primeira viagem.
Terceira viagem – Depois de um período de descanso, Paulo foi de Antioquia para Jerusalém, onde se tornou prisioneiro romano. Teve como companheiro, inicialmente, somente Timóteo, seu filho na fé. Depois, outros se uniram a ele.
Visitou no início da viagem as igrejas da Síria e da Cicília e também certamente sua cidade natal, Tarso. Visitou mais uma vez as igrejas que organizou na sua primeira viagem. Depois, foi para Éfeso, onde ficou por mais de dois anos (período mais longo em que Paulo passou em um só lugar durante suas viagens). Teve sucesso na propagação do evangelho em toda província próxima a Éfeso. As igrejas da Ásia foram implatadas por ele de maneira direta ou indireta.
De Éfeso foi para a Macedônia, visitando Filipos, Tessalônica, Beréia e Grécia.
Depois, sentiu de voltar pelo mesmo caminho, passando novamente por Trôade, Éfeso, Cesaréia até Jerusalém.
Dessa viagem, os resultados mais importantes são a Igreja de Éfeso e duas das suas mais importantes epístolas, à Igreja em Roma, com princípios do Evangelho e aos gálatas, onde os mestres judaizantes haviam pervertido muitos discípulos.
Quarta viagem – Por 5 anos, Paulo esteve prisioneiro. Um tempo em Jerusalém, depois em Cesaréia e em Roma. Esta viagem foi pedida por Paulo, apelando ser julgado em Roma. Mesmo sendo uma viagem não programada, podemos considerar uma viagem missionária, visto que Paulo aproveitava todas as oportunidades para pregar o Evangelho de Cristo.
Teve como companheiro Lucas e Aristarco.
No navio, viajavam criminosos, que eram levados à Roma para serem mortos pelos gladiadores, além dos soldados que escoltavam estes prisioneiros. Estamos certos que todos ouviram falar de Cristo através de Paulo. O navio aportou nas cidades de Sidom, Mirra e Creta. Naufragou em Melita, onde ficaram por 3 meses. Certamente, nessas 4 cidades, houveram muitas conversões.
Paulo chega a Roma. Mesmo preso, foi permitido que morasse em casa alugada, acorrentado a um soldado, enquanto aguardava julgamento.
O objetivo, como sempre, era evangelizar os judeus. Fez isso, e percebendo que poucos aceitaram o evangelho, voltou-se então para os gentios.
Nesse período, a casa que morava em Roma, funcionou como igreja. Porém o maior trabalho realizado foi a composição das epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Paulo então é liberto. Consideramos então, os três ou quatro anos de sua liberdade a continuação da quarta viagem. Visitou a Ilha de Creta, deixando Tito como responsável pelas igrejas. Esteve em Nicópolis. A tradição diz que nesse lugar, Paulo foi preso e enviado outra vez para Roma, onde morreu decapitado no ano de 68.
Alguns atribuem a este período a composição das Epístolas de I Timóteo, Tito e II Timóteo (escrita na prisão de Roma).

Primeira Perseguição imperial (Nero), 65-68
Em 64, uma grande parte de Roma foi destruída por um incêndio. Atribuindo-se o feito ao imperador Nero. A fim de escapar da autoria que lhe fora popularmente atribuída, Nero, culpa os cristãos pelo incêndio e inicia uma grande perseguição. Muitos cristãos foram perseguidos, torturados e mortos. Dentre eles, o próprio Aposto Pedro, que foi crucificado de cabeça para baixo em 67, e o Apóstolo Paulo, em 68.
Nesse período, encontramos relatos onde cristãos foram queimados como “tochas vivas”, enquanto o imperador passeava de carruagem. Considera-se uma das vinganças da história que nos jardins onde aconteceram estas mortes, hoje, esteja o Vaticano e a Basílica de São Pedro.

Literatura da Época
Por volta do ano 50, ainda não havia nenhum livro do Novo Testamento. Somente as memórias dos primeiros discípulos de Cristo. Antes do final desse período, ano 68, boa parte dos livros do Novo Testamento já estava circulando (Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e as epístolas de Paulo, Tiago, I Pedro e, talvez, II Pedro).