COMUNICAÇÃO
SOBRE:
A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios
(do Concílio de Jerusalém ao martírio de Paulo – 48-68 d.C)
A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios
(do Concílio de Jerusalém ao martírio de Paulo – 48-68 d.C)
Livro:
História da Igreja Cristã
Editora:
Vida (2007)
Capítulo abordado: 4
Autor:
Jesse Lyman Hurlbut
Sobre o autor: (1843-1930) foi diretor do Instituto Bíblico de Newark, EUA,
e um dos fundadores da League Epwoth, tida como o primeiro ministério de jovens
da história da Igreja. Autor de mais de trinta livros de estudos bíblicos.
Palavras-chave: Paulo, Evangelho, gentios, viagem, igreja, Jerusalém
Introdução
Após o Concílio de Jerusalém, a Igreja ganhou liberdade
para aumentar e expandir a obra de Cristo, levando o evangelho do Mestre à
todas pessoas, raças e nações. A tradição supõe que nesta época, os judeus,
membros da igreja ainda observavam a lei judaica, mesmo estas leis sendo
interpretadas de maneira mais aberta por líderes como Paulo. Mas os gentios
podiam estar na igreja sem se submeterem às exigências da lei (lei mosaica)
Autoridades
Para o estudo do período tratado aqui, precisamos tomar
por base os livros de Atos (a partir do capítulo 16), as epístolas paulinas e o
primeiro versículo da primeira epístola de Pedro (que possivelmente se refere a
países talvez visitados por ele). Também podemos considerar algumas tradições
do período imediato à era apostólica.
Campo e membros
O território de atuação da Igreja alcançava todo o
Império Romano. O número de membros gentios aumentava, enquanto o de judeus
diminuía. Junto com o aumento dos cristãos gentios, aumentava também o ódio em
relação a eles. Na maioria das ocasiões de perseguição contra os cristãos desta
época, quem instigava eram os judeus.
Líderes
Durante
este período, destacam-se 3 líderes na Igreja: Paulo, Pedro e Tiago.
Destes,
Paulo é o que mais se destaca. Considerado o “Apóstolo dos Gentios”, fez
enormes viagens nesse período, implantou várias igrejas, fundamentou líderes e
organizou a teologia cristã
Pedro, cujo
nome apenas consta em registros e foi reconhecido por Paulo como uma das
“colunas”.
Tiago,
irmão mais novo de Jesus e líder da igreja de Jerusalém e dos judeus cristãos
da época. Fiel e conservador dos costumes judaicos, mas não se opunha que o
evangelho fosse pregado aos gentios.
Os três
citados perderam a vida como mártires da fé, neste período.
Viagens missionárias de Paulo
Referências
bíblicas das viagens de Paulo:
- Segunda viagem – Visita à
Europa (At 15.36 a 18.22).
- Terceira viagem – À Igreja
em Éfeso (At 18.23 a 21.17; 16.1-3; Fp 2.19-22; At 19.22; 20.4; 19.10; Ap
1.4,11; At 20.1,2; 20.6-12; 20.17-36).
- Quarta viagem – Paulo é
preso (At 27 e 28; 25.9-12; 27.2; 27.3,5,8; 28.7-11; 28.16; 28.17-28; 28.30,31;
Fp 1.12-14; Fm 22; 2Tm 4.20; Tt 1.5; Tt 3.12).
O período em questão, conforme registrado nos 13 últimos
capítulos de Atos, compreende somente as atividades de Paulo. Porém, outros
missionários certamente atuaram, pois logo após o fim desse período são
mencionados nomes de igrejas que Paulo jamais visitou.
Segunda viagem – Depois do Concílio de
Jerusalém, Paulo, juntamente com Silas, saiu de Antioquia da Síria
em direção à Ásia Menor (atual Turquia). Atravessou a Cilícia, região onde se
situava Tarso, sua terra natal (onde possivelmente passou), seguindo para
Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia. Estabeleceram as igrejas de
Filipos, Tessalônica e Beréia (província macedônica). Organizaram um pequeno
núcleo na cidade de Atenas e uma forte congregação em Corinto. De Corinto,
Paulo escreveu as duas cartas direcionadas à Igreja de Tessalônica (primeiras
epístolas paulinas).
Fundou igrejas em pelo menos sete
cidades e podemos dizer, que, abriu o continente europeu à pregação do
evangelho.
Visitou
igrejas fundadas em sua primeira viagem.
Terceira viagem –
Depois de um período de descanso, Paulo foi de Antioquia para Jerusalém, onde
se tornou prisioneiro romano. Teve como companheiro, inicialmente, somente
Timóteo, seu filho na fé. Depois, outros se uniram a ele.
Visitou
no início da viagem as igrejas da Síria e da Cicília e também certamente sua
cidade natal, Tarso. Visitou mais uma vez as igrejas que organizou na sua
primeira viagem. Depois, foi para Éfeso, onde ficou por mais de dois anos
(período mais longo em que Paulo passou em um só lugar durante suas viagens).
Teve sucesso na propagação do evangelho em toda província próxima a Éfeso. As
igrejas da Ásia foram implatadas por ele de maneira direta ou indireta.
De
Éfeso foi para a Macedônia, visitando Filipos, Tessalônica, Beréia e Grécia.
Depois,
sentiu de voltar pelo mesmo caminho, passando novamente por Trôade, Éfeso,
Cesaréia até Jerusalém.
Dessa
viagem, os resultados mais importantes são a Igreja de Éfeso e duas das suas
mais importantes epístolas, à Igreja em Roma, com princípios do Evangelho e aos
gálatas, onde os mestres judaizantes haviam pervertido muitos discípulos.
Quarta viagem –
Por 5 anos, Paulo esteve prisioneiro. Um tempo em Jerusalém, depois em Cesaréia
e em Roma. Esta viagem foi pedida por Paulo, apelando ser julgado em Roma.
Mesmo sendo uma viagem não programada, podemos considerar uma viagem
missionária, visto que Paulo aproveitava todas as oportunidades para pregar o
Evangelho de Cristo.
Teve
como companheiro Lucas e Aristarco.
No
navio, viajavam criminosos, que eram levados à Roma para serem mortos pelos
gladiadores, além dos soldados que escoltavam estes prisioneiros. Estamos
certos que todos ouviram falar de Cristo através de Paulo. O navio aportou nas
cidades de Sidom, Mirra e Creta. Naufragou em Melita, onde ficaram por 3 meses.
Certamente, nessas 4 cidades, houveram muitas conversões.
Paulo
chega a Roma. Mesmo preso, foi permitido que morasse em casa alugada,
acorrentado a um soldado, enquanto aguardava julgamento.
O
objetivo, como sempre, era evangelizar os judeus. Fez isso, e percebendo que
poucos aceitaram o evangelho, voltou-se então para os gentios.
Nesse
período, a casa que morava em Roma, funcionou como igreja. Porém o maior
trabalho realizado foi a composição das epístolas aos Efésios, Filipenses,
Colossenses e Filemom. Paulo então é liberto. Consideramos então, os três ou
quatro anos de sua liberdade a continuação da quarta viagem. Visitou a Ilha de
Creta, deixando Tito como responsável pelas igrejas. Esteve em Nicópolis. A
tradição diz que nesse lugar, Paulo foi preso e enviado outra vez para Roma,
onde morreu decapitado no ano de 68.
Alguns
atribuem a este período a composição das Epístolas de I Timóteo, Tito e II
Timóteo (escrita na prisão de Roma).
Primeira Perseguição imperial (Nero),
65-68
Em
64, uma grande parte de Roma foi destruída por um incêndio. Atribuindo-se o
feito ao imperador Nero. A fim de escapar da autoria que lhe fora popularmente
atribuída, Nero, culpa os cristãos pelo incêndio e inicia uma grande
perseguição. Muitos cristãos foram perseguidos, torturados e mortos. Dentre
eles, o próprio Aposto Pedro, que foi crucificado de cabeça para baixo em 67, e
o Apóstolo Paulo, em 68.
Nesse
período, encontramos relatos onde cristãos foram queimados como “tochas vivas”,
enquanto o imperador passeava de carruagem. Considera-se uma das vinganças da
história que nos jardins onde aconteceram estas mortes, hoje, esteja o Vaticano
e a Basílica de São Pedro.
Literatura da Época
Por
volta do ano 50, ainda não havia nenhum livro do Novo Testamento. Somente as
memórias dos primeiros discípulos de Cristo. Antes do final desse período, ano
68, boa parte dos livros do Novo Testamento já estava circulando (Evangelhos de
Mateus, Marcos e Lucas e as epístolas de Paulo, Tiago, I Pedro e, talvez, II
Pedro).
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