segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios


COMUNICAÇÃO SOBRE:
A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios
(do Concílio de Jerusalém ao martírio de Paulo – 48-68 d.C)

Livro: História da Igreja Cristã
Editora: Vida (2007)
Capítulo abordado: 4
Autor: Jesse Lyman Hurlbut
Sobre o autor: (1843-1930) foi diretor do Instituto Bíblico de Newark, EUA, e um dos fundadores da League Epwoth, tida como o primeiro ministério de jovens da história da Igreja. Autor de mais de trinta livros de estudos bíblicos.
Palavras-chave: Paulo, Evangelho, gentios, viagem, igreja, Jerusalém

Introdução
            Após o Concílio de Jerusalém, a Igreja ganhou liberdade para aumentar e expandir a obra de Cristo, levando o evangelho do Mestre à todas pessoas, raças e nações. A tradição supõe que nesta época, os judeus, membros da igreja ainda observavam a lei judaica, mesmo estas leis sendo interpretadas de maneira mais aberta por líderes como Paulo. Mas os gentios podiam estar na igreja sem se submeterem às exigências da lei (lei mosaica)

Autoridades
            Para o estudo do período tratado aqui, precisamos tomar por base os livros de Atos (a partir do capítulo 16), as epístolas paulinas e o primeiro versículo da primeira epístola de Pedro (que possivelmente se refere a países talvez visitados por ele). Também podemos considerar algumas tradições do período imediato à era apostólica.

Campo e membros
            O território de atuação da Igreja alcançava todo o Império Romano. O número de membros gentios aumentava, enquanto o de judeus diminuía. Junto com o aumento dos cristãos gentios, aumentava também o ódio em relação a eles. Na maioria das ocasiões de perseguição contra os cristãos desta época, quem instigava eram os judeus.

Líderes
Durante este período, destacam-se 3 líderes na Igreja: Paulo, Pedro e Tiago.
Destes, Paulo é o que mais se destaca. Considerado o “Apóstolo dos Gentios”, fez enormes viagens nesse período, implantou várias igrejas, fundamentou líderes e organizou a teologia cristã
Pedro, cujo nome apenas consta em registros e foi reconhecido por Paulo como uma das “colunas”.
Tiago, irmão mais novo de Jesus e líder da igreja de Jerusalém e dos judeus cristãos da época. Fiel e conservador dos costumes judaicos, mas não se opunha que o evangelho fosse pregado aos gentios.
Os três citados perderam a vida como mártires da fé, neste período.

Viagens missionárias de Paulo
Referências bíblicas das viagens de Paulo:
- Segunda viagem – Visita à Europa (At 15.36 a 18.22).
- Terceira viagem – À Igreja em Éfeso (At 18.23 a 21.17; 16.1-3; Fp 2.19-22; At 19.22; 20.4; 19.10; Ap 1.4,11; At 20.1,2; 20.6-12; 20.17-36).
- Quarta viagem – Paulo é preso (At 27 e 28; 25.9-12; 27.2; 27.3,5,8; 28.7-11; 28.16; 28.17-28; 28.30,31; Fp 1.12-14; Fm 22; 2Tm 4.20; Tt 1.5; Tt 3.12).
            O período em questão, conforme registrado nos 13 últimos capítulos de Atos, compreende somente as atividades de Paulo. Porém, outros missionários certamente atuaram, pois logo após o fim desse período são mencionados nomes de igrejas que Paulo jamais visitou.
            Segunda viagem – Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo, juntamente com Silas, saiu de Antioquia da Síria em direção à Ásia Menor (atual Turquia). Atravessou a Cilícia, região onde se situava Tarso, sua terra natal (onde possivelmente passou), seguindo para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia. Estabeleceram as igrejas de Filipos, Tessalônica e Beréia (província macedônica). Organizaram um pequeno núcleo na cidade de Atenas e uma forte congregação em Corinto. De Corinto, Paulo escreveu as duas cartas direcionadas à Igreja de Tessalônica (primeiras epístolas paulinas).
            Fundou igrejas em pelo menos sete cidades e podemos dizer, que, abriu o continente europeu à pregação do evangelho.
Visitou igrejas fundadas em sua primeira viagem.
Terceira viagem – Depois de um período de descanso, Paulo foi de Antioquia para Jerusalém, onde se tornou prisioneiro romano. Teve como companheiro, inicialmente, somente Timóteo, seu filho na fé. Depois, outros se uniram a ele.
Visitou no início da viagem as igrejas da Síria e da Cicília e também certamente sua cidade natal, Tarso. Visitou mais uma vez as igrejas que organizou na sua primeira viagem. Depois, foi para Éfeso, onde ficou por mais de dois anos (período mais longo em que Paulo passou em um só lugar durante suas viagens). Teve sucesso na propagação do evangelho em toda província próxima a Éfeso. As igrejas da Ásia foram implatadas por ele de maneira direta ou indireta.
De Éfeso foi para a Macedônia, visitando Filipos, Tessalônica, Beréia e Grécia.
Depois, sentiu de voltar pelo mesmo caminho, passando novamente por Trôade, Éfeso, Cesaréia até Jerusalém.
Dessa viagem, os resultados mais importantes são a Igreja de Éfeso e duas das suas mais importantes epístolas, à Igreja em Roma, com princípios do Evangelho e aos gálatas, onde os mestres judaizantes haviam pervertido muitos discípulos.
Quarta viagem – Por 5 anos, Paulo esteve prisioneiro. Um tempo em Jerusalém, depois em Cesaréia e em Roma. Esta viagem foi pedida por Paulo, apelando ser julgado em Roma. Mesmo sendo uma viagem não programada, podemos considerar uma viagem missionária, visto que Paulo aproveitava todas as oportunidades para pregar o Evangelho de Cristo.
Teve como companheiro Lucas e Aristarco.
No navio, viajavam criminosos, que eram levados à Roma para serem mortos pelos gladiadores, além dos soldados que escoltavam estes prisioneiros. Estamos certos que todos ouviram falar de Cristo através de Paulo. O navio aportou nas cidades de Sidom, Mirra e Creta. Naufragou em Melita, onde ficaram por 3 meses. Certamente, nessas 4 cidades, houveram muitas conversões.
Paulo chega a Roma. Mesmo preso, foi permitido que morasse em casa alugada, acorrentado a um soldado, enquanto aguardava julgamento.
O objetivo, como sempre, era evangelizar os judeus. Fez isso, e percebendo que poucos aceitaram o evangelho, voltou-se então para os gentios.
Nesse período, a casa que morava em Roma, funcionou como igreja. Porém o maior trabalho realizado foi a composição das epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Paulo então é liberto. Consideramos então, os três ou quatro anos de sua liberdade a continuação da quarta viagem. Visitou a Ilha de Creta, deixando Tito como responsável pelas igrejas. Esteve em Nicópolis. A tradição diz que nesse lugar, Paulo foi preso e enviado outra vez para Roma, onde morreu decapitado no ano de 68.
Alguns atribuem a este período a composição das Epístolas de I Timóteo, Tito e II Timóteo (escrita na prisão de Roma).

Primeira Perseguição imperial (Nero), 65-68
Em 64, uma grande parte de Roma foi destruída por um incêndio. Atribuindo-se o feito ao imperador Nero. A fim de escapar da autoria que lhe fora popularmente atribuída, Nero, culpa os cristãos pelo incêndio e inicia uma grande perseguição. Muitos cristãos foram perseguidos, torturados e mortos. Dentre eles, o próprio Aposto Pedro, que foi crucificado de cabeça para baixo em 67, e o Apóstolo Paulo, em 68.
Nesse período, encontramos relatos onde cristãos foram queimados como “tochas vivas”, enquanto o imperador passeava de carruagem. Considera-se uma das vinganças da história que nos jardins onde aconteceram estas mortes, hoje, esteja o Vaticano e a Basílica de São Pedro.

Literatura da Época
Por volta do ano 50, ainda não havia nenhum livro do Novo Testamento. Somente as memórias dos primeiros discípulos de Cristo. Antes do final desse período, ano 68, boa parte dos livros do Novo Testamento já estava circulando (Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e as epístolas de Paulo, Tiago, I Pedro e, talvez, II Pedro).

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