quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Resenha Crítica - Livro: Convite à Loucura

MANNING, Brennan. Convite à Loucura. 1. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.

O teólogo Brennan Manning no livro “Convite à Loucura”, propõe um resgate da vocação que o povo chamado por Cristo tem, e parece ter perdido. O modo de vida que o Cristo conseguiu influenciar seus discípulos e vários seguidores à sua época. Um modo de vida que todos achavam estranho, onde homens e mulheres com privilégios sociais e até abastados financeiramente, largavam de mão destas coisas e conviviam com homens do campo e da pesca. Deixam de servidos e passam a servir e conviver com servos.
 
Desta forma, ele se propõe a escrever esta obra, atendendo a pedido de alguns cristãos e com um objetivo claro, como diz em um trecho da introdução:  “(...) , este livro foi escrito a partir da crença de que Jesus Cristo viveu, morreu, e ressuscitou para formar o povo santo de Deus, uma comunidade de cristãos que viveriam sob o domínio do Espírito; homens e mulheres que seriam tochas humanas acesas com o fogo do amor por Cristo, profetas e amantes inflamados com o Espírito ardente do Deus vivo.”; e segue: “Oferecer uma obra inócua seria uma prostituição do evangelho, um insulto a Deus e um grave desserviço ao leitor.”
 
Então, fala sobre as palavras fúteis usadas pela igreja em seu discurso, evidenciado pela enormidade estrutural tanto física quanto institucional. Discurso que toma corpo com a paixão clara pelo domínio capitalista e afastamento dos de coração simples. Ele denuncia o abandono à essa “loucura” ensinada por Jesus, onde ficou-se com o que parece mais racional, só que deturpado por doutrinadores cheios de interesses que pregam a fé de forma fácil, prática e “útil”, porém a baixo preço.
 
Em sua experiência de 1 ano vivendo em uma comunidade cristã, no interior, humilde, do campo, ele reflete sobre o modo de vida que lhe parece ser o proposto por Cristo. Segundo Manning, há muito o que aprender e se descobrir ao manter afastada vida das vontades que não tem lugar na mensagem de Cristo - “prazer, poder e segurança” - e ver de frente os desejos que habitaram a mente de Jesus.
 
Recomendo a leitura deste breve livro, que traz fortes reflexões. Escrito com uma linguagem de fácil leitura e compreensão, que é peculiar do autor. Além de ser baseado em um momento empírico, o que enriquece ainda mais o conteúdo.
 
O livro poderia ter o título de “Convite à pensar como Cristo” ou “Convite à viver o Evangelho”, pois faz uma forte crítica ao modo de vida da igreja contemporânea, tanto dos clérigos que se reflete nos leigos.
Como em suas outras obras, a linguagem cheia de experiência pessoa,  e conhecimento em teologia, somadas à farta leitura, dá autoridade aos escritos.

Trabalho apresentado à disciplina
PROFETAS MAIORES E MENORES
do curso livre de Teologia do CEFORTE.

Rio de Janeiro
2014

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Wesley, um coração tranformado pode mudar o mundo - O Filme (Resumo)


Trabalho apresentado à disciplina História do Metodismo, do curso livre
de Teologia do CEFORTE - Centro de Formação Teológica - Cascadura/RJ.


O filme, baseado nos relatos extraídos do diário de John Wesley, fala da vida do protagonista, apenas a partir da vida adulta. Quando Wesley já está formado academicamente e já em condições de assumir uma missão pela Igreja Inglesa.
Mostra o descontentamento de Wesley com os sermões pregados. Sermões frios e mortos de conteúdo. Mostra um Wesley bem preocupado com as obras sociais. O país vivia um tempo de declínio espiritual e desigualdade social.
Movido por esse sentimento, Wesley abre mão de tudo, e usa todo o seu tempo para visitar prisões, estudar a bíblia e orar. Tudo isso com o objetivo de escapar do fogo do inferno.
Essa dedicação, sua disciplina, dieta e rigor em tudo, atrai a atenção para si. De modo que ele é convidado para a capelania em Savannah, Geórgia.

Nesse chamado, a própria ordenação de seu irmão denota a obstinação em cumprir a missão, traz questionamentos de sua família. Ele usa até de artifícios políticos para acelerar a ordenação de um de seus irmãos que queria que o acompanhasse.
Quando viaja à Georgia, percebe que sua pregação não é atrativa, e nem sua dedicação é compreendida. O breve contato com os Morávios do mesmo navio faz aumentar seu conflito interno e seus questionamentos quanto à sua salvação.
Ao chegar na Geórgia, recebe influencia do pensamento sobre a experiência pessoal com Deus. Quando se põe a pregar aos índios, percebe que os índios tinham mais entendimento sobre Deus do que ele mesmo, e seu conflito aumenta ainda mais.
Na busca para resolver seus conflitos é confrontado por um reverendo quanto à testificação da salvação pelo Espírito Santo.
Enquanto, ainda na Geórgia, o filme mostra seu conflito passando pela fase das escolhas. Onde precisou decidir se se casava ou se dedicava integralmente ao ministério e ao seu chamado. Mesmo sendo encorajado por muitos, decidiu não se casar. Esta decisão mexeu bastante com Wesley, pois foi contra a sua vontade. Sendo assim, teve um problema com sua pretendente que se casara com outro homem, e com sua família.
Sai, praticamente foragido, do Novo Mundo.
Chegando à Inglaterra, é recebido com gratidão, ao contrário do que esperava. Os clérigos reconheceram o seu trabalho na América e logo enviou outro para seu lugar.
Na Inglaterra, ainda em conflito, ouve sobre a salvação pela graça e não por obras. Ainda sem a experiência, começa a pregar a salvação por graça e é expulso de várias paróquias até por amigos pastores.
Depois da tão famosa experiência do coração aquecido, onde entende que sua alma está salva em Cristo apenas por crer em Cristo, suas pregações ganham um tom mais eloqüente e um tom mais confrontador à igreja inglesa.
Alguns amigos o incentivam a pregar ao ar-livre, visto que não era bem-vindo em nenhum púlpito.
Inaugura a Fundação da Sociedade Metodista, realizando pregações aos pobres e necessitados, dizendo serem esses iguais aos seus senhores, e levando-os a freqüentar as igrejas. Além disso, continuava a praticar a ação social.
O clero então o proibido de pregar nas paróquias de toda a Inglaterra.
Também sofre enorme represália dos grandes da sociedade, pois sua mensagem de igualdade não agradava. Pregava nas portas das minas de carvão, que era a fonte de energia à época e movia a economia do país. O discurso de vanguarda sindicalista quase lhe custou a própria vida.
Sua mensagem é propagada e seu nome toma vulto. Para que a missão se tornasse maior e mais eficaz, Wesley aceita trabalhar com pregadores leigos e também mulheres. Isto pareceu mexer mais ainda com o Clero, Poderosos, Políticos e outros setores da Inglaterra, custando a vida de alguns de seus pregadores.
Por fim, o filme mostra que, Wesley perseverou, criou a teologia do “Quadrilátero Wesleyano”, pondo em pé de igualdade a Palavra, a Fé, a Razão e a Experiência.
Agora, destemido, e sem conflitos internos, Wesley enfrente a repressão com a ajuda de muitos.
Por fim, os clérigos reconhecem que precisavam repensar seus sermões, sua teologia, suas obras, suas liturgias, etc.

O filme não mostra sua infância, nem o resultado de seu ministério. Mas mostra como suas influências e sua vivência serviram para reavivar a igreja inglesa e para influenciar milhões de pessoas e gerações após ele.


Então, com o sonho de evangelizar os povos nativos, John parte em um navio em direção à América, mas, durante a longa viagem, uma terrível tempestade quase afunda o navio, e Wesley vê sua fé abalada.

Assista o filme na íntegra:

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Resenha Crítica - Livro: Confiança Cega

MANNING, Brennan. Confiança Cega. 1. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

Este livro do teólogo Brennan Manning fala de dignidade aos que se consideram esquecidos por Deus ou prejudicados pela instituição chamada igreja. Fala da satisfação que Deus tem quando temos confiança nEle e deixamos de lado a busca desenfreada pelos “padrões” de santificação que não são possíveis de alcançar pelos homens.

O autor sugere que ter essa confiança é quase um ato heróico, visto que é muito complicado viver com tanta decepção e desafio do dia-a-dia. Essa confiança é a resposta para o coração.
Ter confiança é acreditar que a pessoa é pode fazer algo para nós. Quando confiamos em Deus, estamos testificando a morte de Jesus. Estamos dando o sinal de que a morte do Seu filho não foi em vão. A confiança plena significa dizer que não há nada que nos permita pensar diferente disso.
Como diz: “(...) a confiança é nossa dádiva que devolvemos a Deus, e ele a considera tão maravilhosa que Jesus morreu por amor a ela”.

Manning nos fala de uma confiança que não pode de maneira alguma se basear na pena de si mesmo mediante ao estresse eventual. Isso não é importante. Fala duramente contra ao egocentrismo, contra o trabalho por causa própria, contra o “auto-louvor”, contra a auto-suficiência, justiça própria e o que o valha.
O mestre Jesus nos ensina a nele e em Deus. Ele mesmo confiava em Deus, e provou isso ao dizer que lhe entregava a sua vida.
 
Não foi fácil para os que decidiram confiar em Deus, mas ao fim de suas histórias ficou provado que valeu a pena.
Sabemos que com a vida que temos e na sociedade e contexto que vivemos, se torna muito difícil dizer que confiamos. As situações e decepções nos levam a pensar de maneira contrária. É mais difícil ainda conseguir convencer a uma mãe que perdeu um filho a confiar em Deus, afinal quem levou o seu filho, senão o próprio Deus, dentro do entendimento comum.

Difícil entender Deus amando uma pessoa com tantas falhas e pecados. A graça é realmente ressaltada nessa hora. Ele nos aproxima dele quando estamos nos afastando por nossas fraquezas. Essa confiança nEle é prova de que somos gratos pelo que Ele nos fez por graça.

O autor afirma que a confiança em Deus não está presa ou pode ser relacionada somente com momentos bons. Sejam nos mals momentos ou em bons momentos, essa confiança tem que ser a certeza que Deus está conosco.

O livro nos leva à uma reflexão sobre o quanto confiamos e cremos em Deus, testificando através do testemunho de outras pessoas que apesar das situações do dia-a-dia, ainda assim, preferem ter essa confiança.

Recomendo o livro, que é de fácil leitura e compreensão, pois trata de uma teologia prática. De ação para a vida nesta terra, aplicando a confiança em Deus para o bem viver, exaltando a comunhão direta com Deus, gratidão e reconhecimento do amor divino.

O livro poderia ter o título de “Confiança Certa” ou “Confiança Plena”, por entender a crítica feita à auto-confiança, e também à uma confiança mesmo que direcionada a Deus, mas não simplesmente pelo retorno próprio ou pela satisfação instantânea.

A linguagem carregada de experiência pessoa, somada ao grande conhecimento teológico, com a mescla de uma vasta leitura, comprovada pela bibliografia aborda o assunto de um ângulo interessante e confrontador com o que temos de literatura em nosso tempo.

Trabalho apresentado à disciplina
PROFETAS MAIORES E MENORES
do curso livre de Teologia do CEFORTE.

Rio de Janeiro
2014

terça-feira, 3 de junho de 2014

Resenha Crítica - Livro: Por que amamos a igreja (Capítulo I)

DEYOUNG e KLUCK, Kevin e Ted. Por que amamos a igreja. Capítulo 1. 1 ed. São Paulo: Mundo  Cristão, 2010.


CAPÍTULO 1

O Aspecto Missiológico

Jesus entre os “Chicken Littles”

Neste capítulo, Kevin DeYoung, contrapõe de várias formas o pensamento de que a igreja está falhando ou já falhou com sua missão.
Começa analisando números e pesquisas feitas ao longo dos anos sobre a frequência dos crentes norte-americanos às igrejas em reuniões regulares. Contesta alguns autores e pensadores que insistem em dizer que a Igreja Americana está fadada ao fim; que a Igreja Americana está em crise; que a Igreja Americana está nas últimas. Logo, precisa rever seus conceitos e métodos, contextualizando-se para não morrer. Pensando que esta igreja está findando, culpam o desvio da missão dada por Deus.
Um dos fatores que dão força à voz dos que pensam assim, se baseia no esvaziamento das igrejas em termos numéricos. O autor acha irônico pensar que a igreja está morrendo, enquanto a mídia teme uma iminente teocracia cristã.

O autor faz uma análise das pesquisas sob outra ótica, e não é tão pessimista quanto os outros analistas, visto que os números diminuem em alguns pontos, porém permanecem em outros, e também estão relacionados ao número da população. Desta forma, se a população cresceu, e o percentual de frequência continua o mesmo após 10 anos, significa dizer que o número de cristãos relativamente cresceu também.
Ele analisa que mesmo o número sendo desproporcional ao crescimento populacional do país, não se pode dizer que a igreja tem sucesso ou fracasso analisando o aumento ou diminuição de seu rol de membros.
Ainda, no início do capítulo, apresenta um contraponto partindo das igrejas que se orgulham no fato de serem pequenas, com o discurso de que pregam a verdade de forma puritana. Pensa que essas igrejas tem razão em vários pontos, e até as admira, mas de certa forma podem estar impedindo que as pessoas se sintam bem nas igrejas.
Kevin propõe uma série de questionamentos aos que afirmam que algo está errado no formato das igrejas, e que insistem em dizer que o “jeito de ser” da igreja precisa mudar.
1. Acreditamos no evangelho? Pensa que talvez nossas igrejas estão sendo pastoreadas por homens que vivem o evangelho genuíno, apresentando um Cristo não vivenciado.
2. Confiamos no poder do evangelho? Realmente cremos que Deus vai edificar sua igreja por meio de sua Palavra ou confiamos em truques e artimanhas?
3. Estamos proclamando o evangelho? As vezes parece que estamos esperando as pessoas entrarem em nossas igrejas e esquecemos de proclamar o evangelhos fora das 4 paredes.
4. Estamos proclamando o evangelho correto? A contextualização da mensagem pode ter modificado o sentido verdadeiro da Palavra, trazendo frieza na mensagem e nas experiências.
5. Estamos embelezando o evangelho com boas obras? Nossas obras não são o evangelho propriamente dito, mas ajudam a embelezar a mensagem.
6. Estamos orando pela obra do evangelho? Precisamos orar mais pela obra, trabalhadores, e pelos ouvintes, afim de que o sobrenatural aconteça.
7. Estamos educando nossos filhos no evangelho? Precisamos nos preocupar com nossas famílias e com a consolidação cristã em nosso lar. Pois de nada adianta ganhar o mundo e perder os filhos.
Não obstante aos questionamentos que a igreja deve fazer sobre si mesma, o autor trás uma reflexão sobre a relação da igreja com o próprio Deus: “Estamos confiando na soberania de Deus no evangelho?”; mesmo que a resposta de todos os questionamentos anteriores sejam positivas, devemos entender que Deus é quem salva, e a nós, nos cabe fazer a nossa parte, tão somente. Devemos orar, planejar e trabalhar, mas quem salva é Deus.
Outro fator, e esse é o que ele dá maior importância ao tratar, neste capítulo, é “A missão de Deus”. Este é o fator apresentado com maior força pelos críticos para provar que a igreja está se findando: o não cumprimento da missão.
Pensando sobre este ponto ele faz questionamentos sobre qual é a missão da igreja, visto que hoje, pela maioria dos formadores de opiniões e autores pós-modernos é de que a missão da igreja deve se dar não somente na proclamação do evangelho (evangelismo), mas sim deve estar preocupado com a questão social que cerca a todos nós, como também as questões humanas, das quais cita: tráfico de seres humanos, AIDS, pobreza, nos sem-teto e no meio ambiente. Estes defendem que a missão da igreja é levar ao mundo o reino de Cristo de paz, justiça e bênção. Defendem que a igreja deve se preocupar com educação justa, abrigos, adoção, idosos, etc.
Kevin faz críticas aos que dizem que a missão da igreja é mudar o mundo, e defende que essa idéia não está clara nem nos ensinamentos do Cristo e do Apóstolo Paulo. Pondera que pregar contra o homossexualismo tão somente, ou tão somente cuidar dos aidéticos, reduz o reino a uma ação terrena, quanto que a mensagem do evangelho é para salvação eterna.
Desta forma, Kevin diz que a igreja até pode, e é louvável que tenha todo e qualquer tipo de movimento ou ação social que trate a questão humana diretamente, mas que essa não deve ser considerada a missão principal da Igreja de Cristo.
Também analisando outras pesquisas e constatações de que o vasto número de igrejas por quilômetro quadrado não faz diferença ou tenha relevância em algumas comunidades, Kevin refuta veementemente a idéia disso ser verdade. Pensa que pelo fato da haver criminalidade em um bairro, não tira a importância da polícia ou trás culpa sobre esta instituição como um todo.
Na questão pessoal, diz que se a igreja é formada por cidadãos, e estes estão de algum modo exercendo benefícios sobre a sua comunidade, a igreja está presente e de forma relevante.
O autor conclui que o que está errado não é a igreja, nem sua forma litúrgica, nem o crescimento ou não crescimento numérico. Mas, sim, “no cansaço de se ouvir sobre expiação, salvação, cruz e vida eterna”, e assim se cansaram da igreja. Que quando a mensagem do pecado x redenção, céu x inferno forem para um plano secundário, a igreja se torna cada vez mais uma opção para fazer diferença no mundo.
Comungo da mesma opinião do autor descrita neste capítulo primeiro. Penso que não podemos reduzir a mensagem do evangelho ao evangelho social. Sei de sua importância, até mesmo como citado por Kevin, para o embelezamento da mensagem, mas a missão principal da igreja é pregar a Cristo. Pregar a salvação da morte e do pecado através da morte e ressurreição de Cristo. Acredito que essa mensagem estiver sendo pregada, o resultado, que vem do próprio Deus, seja ele em números ou em transformação social, virá.

Trabalho apresentado à disciplina
Teologia Sistemática V
do curso livre de Teologia do CEFORTE.

Rio de Janeiro
2014

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Montanismo (Trabalho)


CEFORTE - CENTRO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA
Trabalho apresentado à disciplina "PROFETAS" do curso livre de Teologia do CEFORTE.
RIO DE JANEIRO - 2014

Montano:
Se revelou como profeta na Frígia, entre os anos 155 e 160 d.C. Se dizia porta-voz direto do Espírito Santo. Também afirmava ser a encarnação do Consolador descrito no Evangelho Segundo São João, nos Capítulos 14, 16 e 17. Foi o fundador do movimento chamado MONTANISMO.
Poucos registros escritos restam sobre Montano e de suas importantes Profetizas Priscila e Maximila. O que se tem vem da tradição oral e de maneira indireta pelos relatos antimontanistas.



Motivações:
Se deu pelo descontentamento com a cristandade vivida pelos seus contemporâneos. Visto que o ardor pelos últimos dias havia enfraquecido e com isso houve um esfriamento espiritual. Percebeu que os cristãos ficaram mornos em seu testemunho cristão vivido nos primeiros tempos logo após a morte e ressurreição de Cristo.

Alguns itens da doutrina do Montanismo:
Os traços mais marcantes são a Glossolalia e uma fala espiritual que tende ao êxtase. Os três personagens, Montando, Priscila e Maximila, evocam para si serem a voz de Cristo e do Espírito Santo. Sendo assim, evocam a autoridade máxima e a obediência às suas ordens diretas.
Maximila profetizou o fim do mundo logo após a sua morte. Como preparação para o fim do mundo próximo, eles ditam algumas normas, como: ascetismo moral rigoroso, proibição de matrimonio, jejuns severos, esmolas de todos os tipos constantemente. Também encorajavam o martírio e proibiam a fuga de perseguições. Não se opunham aos dogmas. Somente mais tarde começaram a apregoar a ressurreição da carne. Pregavam a restauração sem preocupação com questões teológicas. Apenas pretendiam o reavivamento e restauração da igreja pelo Consolador. Apregoavam o falar em línguas, a espera pelo fim dos dias e a rigorosa ética.

Igreja x Montanismo
Como o dogmatismo era mantido, foi difícil para a Igreja combater o movimento. O movimento cresceu na Ásia de forma rápida e organizada. A Igreja não sabia se se tratava de uma Nova Profecia ou de uma possessão demoníaca.
A solução da Igreja foi a excomungação. Isso não arrefeceu o movimento que começou até a aparecer no ocidente.
Com a morte da profetiza Maximila, em 179, e o não acontecimento do fim do mundo, o movimento mingou, mas não se extinguiu completamente.
Começou-se uma nova fase dando ênfase somente ao rigorismo moral. Depois disto, uma nova geração, destacada por Tertuliano, que reconheceu expressamente a função histórico-salvívida que montano se havia arrogado. De que com ele, o Consolador, abria novo tempo da revelação divina, além do Novo Testamento.
Hoje, o movimento somente é lembrado como movimento herege, e ainda vive na Frígia (Pepuza), onde segundo eles, descerá a Nova Jerusalém.

Referências Bibliográficas:
Site: http://www.e-cristianismo.com.br

terça-feira, 8 de abril de 2014

Carta à Igreja DRUI (Laodiceia)

CEFORTE: CENTRO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA 

Trabalho apresentado à disciplina APOCALIPSE do Curso Livre de Teologia do CEFORTE. 
Escrever uma carta contextualizada à uma igreja fictícia com o enredo da Carta à Igreja em Laodiceia, relatada no livro de Apocalipse 3:14-22.

 
Nilópolis, 27 de março de 2014.

Ao
Reverendíssimo Pastor da Igreja de DRUI


A Paz do Senhor.

Vimos por meio desta, trazer uma mensagem direta e franca da parte do Senhor Jesus Cristo, que é a Verdade, o que em si mesmo testifica a Verdade, pois acima dEle não há maior autoridade. Cristo, o princípio e o fim; o Alfa e o Ômega.

Nosso mestre tem olhado para o modo de vida dos irmãos. Tem visto o que tens feito, e tem se entristecido e muito. Pior, tem sentido náuseas, ânsia de vômito, pois, não há calor do Espírito Santo em suas obras. Da mesma forma suas obras também não são frias. São superficiais. Os irmãos dão valor às riquezas terrenas e não conseguem perceber que estão dando mais valor ao humanismo e a auto-suficiência. Visto que todos são abastados e prósperos, tem esquecido de cultivar o calor do Espírito Santo e de dar o devido louvor e glória ao Rei dos Reis.

Alguns dizem: “Sou próspero!”; “Nada me falta depois que entrei pra DRUI”; Batendo no peito, bradam aos quatro cantos: “EU SOU A DRUI!”; e nem se dão conta que já estão fora da graça, com pobreza de espírito, não enxergam nem o pecado e por isso nem mais se envergonham disso.

Cristo, o dono do ouro e da prata lhes convida a buscar as coisas do Espírito para que suas vidas sejam fervorosas nele e sejam ricos na alma. Ele, vos convida a trocar suas atitudes. Que busquem novamente a unção com óleo do Espírito Santo. Não deste óleo que é vendido em sua congregação como se fosse a solução dos problemas, mas enfim não passam de uma mera religiosidade.

Peço que compreendam esta palavra vinda de Deus, que somente repreende a quem ama. Eu poderia ficar somente olhando, seguindo as formalidades, e fazendo a boa política, já que prosperas. Mas, assim, vocês continuariam no erro.

O Senhor, hoje, vos chama para uma mudança de atitude. Para uma renovação espiritual. Se atenderem ao chamado do Senhor, a comunhão será restabelecida plenamente.
 

Estou certo da vitória que o Senhor irá conceder a esta congregação, se decidirem reinar com ele sobre o mundo. Mas, Ele é o Rei. Somos apenas co-herdeiros desta vitória em Cristo, seu filho.
Se atentarem para estas palavras, ouvirão o próprio Deus a falar convosco.

Seminarista Leandro Pedras

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Por que sou seminarista?



CEFORTE: CENTRO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA 

Trabalho apresentado à disciplina Projeto de Monografia do Curso Livre de Teologia do CEFORTE.

Por que sou seminarista?

Parece uma pergunta óbvia à primeira vista. Ou melhor, parece que a resposta será óbvia. Mas não é tão simples assim. Seria simples se fosse um curso comum. Ou até mesmo para uma finalidade comum de adquirir conhecimento acadêmico em alguma matéria ou assunto. Mas, é muito além disso.
Há um tempo atrás, era mais comum a seguinte pergunta a uma criança: “O que você quer ser quando crescer?” Aí, algumas de pronto respondiam algumas opções que pareciam mais honrosas, e até as são. As respostas mais comuns eram: Bombeiro, médico, policial, dentista, ator de TV, jogador de futebol, enfermeiro, advogado, etc... Eu, como criança comum, não era diferente. Sempre dava a opção de policial, pelo fato de ser a profissão do meu pai, de médico, para não fugir à regra das demais crianças, e dava também a incomum opção de ser pastor. Obviamente, não me sentia chamado, ou pelo menos não me dava conta desta missão aos 5 ou 10 anos de idade. Mas, com certeza, alguém orava por mim já a época. A pessoa para quem Deus deu primeiro a promessa e comissão foi à minha mãe, Missionária Marly. Ou revelada em sonhos, ou em oração, ou naquele momento devocional com Deus, ou em uma palavra vinda através de outro irmão. Palavra que foi se confirmando quando via o tratar de Deus especial com a minha vida e também na minha reação à esse tratamento.
Aos poucos, com as referências que tive, não somente de pastores, como o Pastor Hely Ferreira Guerra, Pastor Raimundo Matos, que me batizou, entre outros; mas, também, com a referência de liderança de outros irmãos, que não tem o título de pastor até hoje, mas desempenharam esta função na minha vida, sem perceber, me discipulando e me instruindo para liderança. Outras referências bem marcantes, vinham de fora do âmbito local. Como sempre fui envolvido com trabalhos distritais e regionais, sempre percebi que Deus chamava ao ministérios homens comprometidos com liderança, e os mesmos correspondiam bem a este chamado.
Algumas vezes, tentei me esconder disso. Não posso negar, que assim como tive ótimos exemplos, tive alguns que justificam o breve desânimo. Mas, Deus sempre guia pelo caminho correto, e percebemos que tudo converge para a Sua vontade, de modo que não se pode ir contra isso.
Sou um seminarista para me preparar melhor para esse chamado. Chamado para cuidar não somente da administração de uma instituição como a Igreja Metodista Wesleyana o é, mas para cuidar de vidas, de pessoas, de famílias. A responsabilidade é maior do que eu, e até mesmo maior que a denominação em que escolhi servir e exercer este ministério. Então, o preparo é parte fundamental, assim como em toda a história de Israel e do cristianismo.
Me sinto à vontade, pela minha história, pra dizer que sou seminarista pelo preparo à função, e não pelo preparo ao título. Visto que sempre trabalhei com afinco para fazer a obra, auxiliando a todos e dando o melhor de mim, mesmo sem o título.
Espero em Deus, que esse tempo seja proveitoso num todo, como foi até o dia de hoje, e que eu seja um obreiro aprovado nas letras, como já me sinto aprovado na fé.

Leandro Pedras
Seminarista - CEFORTE - 5º Período / 2014