terça-feira, 2 de julho de 2013

Juventude Wesleyana - 6ª Região (breve Histórico)

   Eu, Leandro Pedras, assisti de perto todo o processo de organização da Sexta Região. Participei ativamente como Delegado Geral, com voto favorável à divisão da Primeira Região. Mas, no que diz respeito à Juventude Wesleyana da Sexta Região (JUWES6), participei ainda mais de perto e muito ativamente. Lembro-me de algumas reuniões e telefonemas com o Pastor Luis Carlos, onde indiquei alguns nomes para Diretor Regional. Eu também estava presente, no Concílio Inaugural de nossa região, onde o Bispo Roberto Amaral anunciou o nome do Wellington Junior para a direção da JUWES6. Fui o primeiro a noticiar tanto diretamente para o novo diretor, quanto na internet. De lá pra cá, acreditando na visão “Tempo de Crescer”, no projeto episcopal e na força e ousadia do jovem diretor, mergulhei nesse projeto.
   Alguns, sabe-se lá por qual motivo, poderão dizer: “Não vejo nada demais na JUWES6.” Ou até mesmo: “Não sei porque alguns jovens falam de regional com tanto amor!”
   Então, como um expectador tão ativo que me propus a ser, com conhecimento de causa, como participante de todas as reuniões realizadas até hoje, bem como todos os eventos, me ponho a explicar um pouco do porque desse amor.
   Quando paro para lembrar sobre o curto período que se passou, da organização da Juventude Wesleyana da Sexta Região, até hoje, vejo que o período é recente e curto, porém muito intenso e frutífero. Lembro-me de um fato, essa lembrança puxa outro fato, aí lembra uma realização, que lembra um desafio vencido, que lembra alguma “loucura”, aí lembra um aprendizado, e lembra um fato engraçado... uma coisa vai puxando a outra e a memória trabalhando, formando um sorriso. Sorriso que as vezes é interrompido por uma tremida de queixo, impulsionado por uma emoção. Emoção humana, sim. O corpo reage a emoções por lembrar de momentos tão espirituais, que as vezes ganham até uma roupagem técnica, roupagem de programação, roupagem de evento, mas, que impactaram o mundo espiritual de várias formas. Afinal, quantas vidas foram salvas? Quantas famílias foram abençoadas? Quantas vezes o Evangelho de Cristo foi pregado? Quantas  vezes a fé foi fundamentada e solidificada? Quantas vezes a comunhão foi vivida? Quantas curas? Quantos batismos com o Espírito Santo? Quanto conserto? Quantas vitórias? Talvez você não saiba precisar os números e por em um relatório. Talvez, nem eu mesmo, que vivi de perto, o consiga. Mas, o resultado do trabalho proposto e executado, prova que a obra foi direta e exclusivamente espiritual. Aleluia!
   Quando formou-se uma nova região, novos desafios vieram. Nossos líderes foram categóricos, dizendo: "Queremos e precisamos que voês deem à Sexta Região, uma `cara`!" Então, estava nascendo uma nova juventude.Filha de uma região forte, expressiva, com um histórico invejável, que já tinha seu espaço conquistado e solidificado na denominação. O desafio então, não era simplesmente dar continuidade, mas dar uma identidade, assim como um filho tem. O filho tem características dos pais, traços dos pais, trejeitos dos pais. Porém, com personalidade própria, com projetos próprios, com características próprias, com destino próprio.
   Outro desafio era amadurecer em tão pouco tempo, atendendo às expectativas, tanto da liderança, quanto dos milhares de jovens. Uns desconfiados, outros duvidosos, outros descontentes, outros alienados, outros surpresos, outros empolgados com essa nova caminhada imposta.
O projeto não podia ficar parado, esperando o mundo girar e as coisas se acertarem naturalmente. Então, cheios de fé, ousadia, voluntarismo, força e determinação, uma diretoria se formou. Essa diretoria então, já em 2010, começou a trabalhar.
   Algumas alegres e exaustivas reuniões para decidir tudo novo. Em tão pouco tempo e sem recursos, precisávamos organizar um evento que não tinha nome, data, local, preletor, programação, conta para depósito... e, aos poucos tudo foi tomando forma em nossas cabeças. Tínhamos a exata noção da responsabilidade que vinha junto com a realização do evento. A JUWES6 precisava sentir confiança, e saber que tudo andaria normalmente, apesar das dificuldades.
   Depois de horas, o primeiro projeto foi gerado como um filho.

Fórum de Liderança Jovem - 2011
   Já no início de 2011, foi realizado nosso Primeiro Fórum de Liderança Jovem. A ideia era servir aos jovens da mesma forma que o SPJL servia. Ministrando conhecimento, através de palestras, pregações, músicas, estudos, e assim preparando nossos líderes locais e distritais para o exercício de liderança com a devida capacitação e motivação.
   A característica mais marcante nesse evento, foi a fé dessa diretoria, bem como dos supervisores distritais. No início daquele ano, por ocasião das chuvas, o município de Teresópolis sofreu com a maior tragédia natural já vivida no Brasil. Nosso evento estava marcado, para fevereiro, justamente no município de Teresópolis, o que mais sofreu. O local, nada sofrera com a tragédia, mas como se tratava de um lugar distante, as notícias que vinham pela TV eram as que ficavam valendo para a avaliação popular. Um evento preparado para 300 jovens, em uma cidade sitiada pela tragédia, e com tanta informação na TV sobre o fato, levou a inscrição antecipada de apenas 7 (sete) jovens. Ou seja, fomos pra lá com a eminência de um prejuízo incalculável. Mas, a fidelidade do Senhor, que viu nosso trabalho, foi grande. No dia do evento, exatamente no dia, 290 jovens fizeram suas inscrições. Aleluia!
   Com a certeza de que o Soberano Deus estava aprovando aquele projeto, fizemos o evento. Com inexperiência, sim, mas com amor e zelo pelas coisas divinas ministradas na Terra.
   Deus, para tornar ainda mais precioso e especial esse evento, converteu uma pessoa que visitava o evento. Dalí, uma das características mais fortes da JUWES6 nascia. Uma juventude que ganha almas para o reino. Aleluia!
Nosso bispo ficou super feliz com a realização e com o poder de mobilização da juventude, que já no primeiro evento, acreditou que tudo daria certo. Além do bispo, todos os quase 300 participantes ficaram surpresos com o lançamento do próximo desafio, o “Rocinha no Coração de Deus”.

Rocinha no Coração de Deus - 2011
   O desafio agora passara para um nível mais alto. Talvez, até hoje, nem o então diretor Wellington Junior, nem eu que já trabalhara com a juventude desde 1997, nem ninguém, tenhamos a exata noção do que esse projeto representa para nossa juventude, e por que não dizer de nossa denominação.
   Alguns chegaram a nos chamar de “loucos”. E com razão. O desafio era muito maior do que a nossa igreja, maior que nossas possibilidades, maior que nossa compreensão, porém, NUNCA, repito, NUNCA maior do que nosso Deus. Hoje, fazendo esse breve histórico, ainda sinto o peso dessa responsabilidade e preciso parar, respirar, enxugar as lágrimas e orar em gratidão a Deus pela oportunidade de participar desse projeto. Aleluia!



   Voltando às letras...

   Sair das quatro paredes, viver o avivamento que tanto buscamos nos anos anteriores, justamente no dia em que poderíamos estar festejando mais um ano da Juventude Wesleyana, com uma tradicional festa. E, ao invés disso, “invadir” com quase 800 jovens a maior comunidade carente da América Latina. Uma “pequena cidade” dentro de uma metrópole como o Rio de Janeiro. Uma comunidade marcada pelo domínio do tráfico de drogas, onde o progresso não tinha entrada, o governo não tinha entrada, autoridade nenhuma se sobrepunha ao mau. Lembro-me que, mais uma vez, a TV mostrava que não deveríamos realizar um evento. Pois, nas semanas anteriores a polícia fizera uma operação e o clima estava tenso. Nada nos parou! Se fazia necessário, e hoje entendo um pouco isso, que nós, agentes de Deus, abríssemos o caminho. A ordem tinha que vir de cima, movida por uma ação terrena. A palavra “Jovens, eu vos escolhi porque sois fortes”, não fora somente pregada em nossos eventos. Ela precisava ser vivida. Que privilégio da JUWES6 cumprir essa missão.


Vídeo publicitário do evento:


   Subimos, caminhamos pelas ruas, oramos, abençoamos famílias, oramos por traficantes que deixavam suas armas no chão e agradeciam nossa ação, cantamos pelas ruas, pregamos de beco em beco, de viela em viela, aos quatro cantos daquele lugar, e proclamamos: “A ROCINHA ESTÁ NO CORAÇÃO DE DEUS”.


   Todos ali, que sofreram ataques de Satanás, que adoeceram, que perderam empregos, quer passaram lutas em suas casas, por causa da responsabilidade de pregar o evangelho naquele lugar visivelmente dominado pelas trevas. Todos ali, que sentiram as dores de parto, que sofreram na carne reações do mundo espiritual, foram recompensados com a maior festa no céu promovida pelo povo wesleyano em 2011. Sim, uma grande festa a JUWES6 promoveu no céu, quando 72 (setenta e duas) vidas confessaram Jesus Cristo como Salvador.
   Com esse evento, a característica mais forte da JUWES6, que é evangelizar estava consolidada, firmada, fundamentada e experimentada no nível máximo. Aleluia!
   Outra característica adquirida com esses dois primeiros projetos, foi a de intercessão. Para esses projetos, realizamos consagrações regionais, algumas reuniões de oração pela madrugada e a tenda de oração.

1ª Convenção Regional – 2011
   O diretor havia sido nomeado pelo Conselho Ministerial Regional para organizar a juventude como departamento, e oficializar assim o trabalho em uma Convenção Regional.
   Em agosto de 2011, aproximadamente 230 jovens se reuniram em Penedo para fazer o devido balanço desse início e eleger um novo diretor regional.
   Com o tema “QUERO +”, o Pr. Wellington Jenigs ministrou sobre o Espírito Santo e sua ação de dar “start” dentro de nós, afim de realizarmos as obras do Pai aqui na terra.
   Tudo era ainda muito novo, e pela inexperiência da diretoria atual, bem como do diretor interino, Thiago Neves, o evento sofreu com um prejuízo nas finanças. Eu, que presenciei tudo de perto, poderia amenizar os fatos, maquiar a verdade, ou até omiti-lo. Porém, essa parte da nossa recente história, nos trás tanto aprendizado quanto outras vitorias até então conquistadas. Esse fato trouxe uma maturidade, uma responsabilidade, um peso extra, mas também uma maior proximidade com nossa liderança, representada pelas secretarias regionais. Acendeu-se uma luz de alerta sobre a responsabilidade financeira, bem como o acompanhamento de nossos líderes.
   Em um lugar super agradável, em um bairro muito pitoresco, nossos jovens puderam se confraternizar, estreitar laços, passear, adorar a Deus e ouvir Sua Palavra.
   Toda parte administrativa foi muito bem executada pelo então Secretário Regional de Educação, o saudoso Pastor Luis Carlos do Nascimento Magalhães, e na tarde do segundo dia foi eleito por maioria relativa para o cargo de Diretor Regional, exercício bienal 2012/2013, o jovem Rodrigo Sousa.
   Outra característica da nossa juventude acabara de se mostrar. Com o primeiro evento com inscrição totalmente digital, aceitando a partir de então pagamentos por boleto, transferência, cartões de crédito e depósito bancário, através do nosso recém lançado site. A partir daí, nossos supervisores passaram a não mais ter a responsabilidade de captar os recursos vindo das inscrições. Além da divulgação tomar maior representatividade nas mídias digitais (e-mails, redes sociais, torpedos). Cabia à JUWES6 estar à vanguarda dessa digitalização em nossa igreja. Aleluia!

Simpósio de Liderança Jovem – 2012
   Em 2012, a nova diretoria, já sob o comando de Rodrigo Sousa, foi orientada a não fazer evento com taxa, no primeiro bimestre deste ano. Isso por ocasião da realização do Congresso Geral da JUWES, que tinha um investimento alto com passagem e hospedagem. Desta forma um poderia prejudicar o outro.
   Atendendo a essas orientações, a JUWES6 mostrou outra característica que nos acompanha até hoje: a submissão e respeito às lideranças diretas e indiretas, bem como às normatizações discutidas em reuniões, fossem elas em âmbito geral ou regional. Então, tínhamos o desafio de prestar o serviço de preparar líderes novos para 2012, sem cobrar taxa.
   Realizamos então 3 simpósios, divididos geograficamente, afim de facilitar tanto o trabalho dos distritos, como o da diretoria regional. Então, aconteceram em 3 finais-de-semana consecutivos, sendo um na Baixada Fluminense, dois na Capital e outro no Sul-Fluminense do estado. Esse evento nos surpreendeu. A participação total foi de 613 jovens. Ou seja, atingimos bem mais do que esperávamos, ainda com um custo baixíssimo para cada participante, que somente investiu em refeição e uma apostila, e pouco investiu em deslocamento.
   Palestras práticas sobre setores foram ministradas por membros de nossa diretoria, estreitando a identificação com a liderança, dando referência simples com a mensagem de que o jovem pode!
   Surgia e ficava patente mais uma característica da JUWES6: a habilidade de dar solução prática e rápida diante de qualquer circunstância.
   Com esse evento, a atual diretoria também dava sinais fortes de que não estava preocupada com a realização de grandes encontros, grandes eventos, grandes retornos financeiros, mas, sim, com a ministração da Palavra e a capacitação dos nosso jovens para trabalhar no Reino de Deus, aqui na Terra.

Leandro Pedras
(Em breve postarei a continuação dessa história)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Cristo desceu ao inferno e pregou aos mortos?

COMUNICAÇÃO SOBRE:
Cristo desceu ao inferno e pregou aos mortos?
Baseado no pensamento de Wayne Grudem
Por José Roberto, Luciano Jesus, Luiz Aurélio e Leandro Pedras
CEFORTE – CASCADURA – 3º PERÍODO - 2013

Doutrinador:
   Wayne A. Grudem (1948) é um teólogo protestante, PhD pela Universidade de Cambridge, é titular do Departamento de Teologia Bíblica e Sistemática na Trinity Evangelical Divinity School, nos Estados Unidos, uma das mais bem reputadas escolas teológicas daquele país. Grudem publicou várias literaturas, dentre as quais, se destaca o Livro de Teologia sistemática, escrito com uma linguagem de fácil compreensão.

Introdução
Teria Cristo descido ao inferno? Argumenta-se às vezes que Cristo desceu ao inferno depois de morrer. A frase “desceu ao inferno” não aparece na Bíblia. Mas o Credo Apostólico, amplamente usado, diz: “foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao inferno; e ao terceiro dia ressurgiu dos mortos”. Isso significa que Cristo suportou mais sofrimentos após sua morte na cruz? Como veremos abaixo, um exame dos indícios bíblicos indica que não. Mas antes de examinar os textos bíblicos relevantes, deve-se analisar a frase “desceu ao inferno” do Credo Apostólico.

- A origem da frase “desceu ao inferno”
Antecedentes obscuros encontram-se por trás de grande parte da história da frase em si. Suas origens, quando podem ser identificadas, estão bem longe de louváveis. O grande historiador eclesiástico Philip Schaff resumiu o desenvolvimento do Credo Apostólico num extenso diagrama, parte do qual reproduzimos nas p. 486-488.
Esse diagrama mostra que, diferentemente do Credo de Níceia e da definição de Calcedônia, o Credo Apostólico não foi escrito nem aprovado por algum concílio eclesiástico num tempo especifico. Antes, ele tomou forma de modo gradual desde cerca de 200 d.C. até 750 d.C.
É surpreendente descobrir que a frase “desceu ao inferno” não se encontrava em nenhuma das versões primitivas do credo (nas versões usadas em Roma, no resto da Itália e na África) até que ela apareceu em uma das duas versões de Rufino em 390 d.C. Depois não foi incluída de novo em nenhuma versão do Credo anterior a 650 d.C. Além disso, Rufino, a única pessoa a incluí-la antes de 650 d.C., não pensava que essa frase significasse que Cristo desceu ao inferno, mas que foi “sepultado”. Em outras palavras, ele entendia que a frase significava que Cristo “desceu a sepultura”. (A forma grega traz hades, que pode significar apenas “sepultura”, e não geena, “inferno, lugar de punição”.). Devemos também observar que a frase só aparece em uma das duas versões do credo que temos de Rufino, e não foi na forma romana do credo que ele preservou.
Isso quer dizer, portanto, que até 650 d.C. nenhuma versão do credo incluía essa frase com a intenção de dizer que Cristo “desceu ao inferno” – a única versão que incluía a frase antes de 650 d.C. dava-lhe um significado diferente. Nesse ponto, deve-se perguntar se o termo apostólico pode ser de alguma forma aplicado a essa frase, ou se ela tem realmente lugar legitimo num credo cujo título reivindica para si a origem dos mais antigos apóstolos de Cristo.
Essa pesquisa do desenvolvimento histórico da frase também levanta a possibilidade de que quando ela começou a ser usada com mais frequência, isso pode ter ocorrido em outras versões (agora perdidas) que não tinham a expressão “e sepultado”. Se isso for verdade, é provável que a frase significasse para outros exatamente o que ela significava para Rufino: “desceu à sepultura”. Mais tarde, porém, quando a frase foi incorporada em diferentes versões do credo que já tinham a frase “e sepultado”, alguma outra interpretação tinha de ser dada a ela. Essa inserção equivocada da frase depois das palavras “e sepultado” aparentemente feita por alguém por volta de 650 d.C. – levou a toda sorte de tentativas para explicar “desceu ao inferno” de algum modo que não contrariasse o restante das Escrituras.

- Isso significa que Cristo “desceu” ao inferno?
À primeira vista não fica claro o que significa “às regiões inferiores da terra”, mas outra tradução parece dar o melhor sentido: “Que quer dizer ‘ele subiu’, senão que também desceu às regiões terrenas inferiores?” (NIV). Aqui a NIV entende que “desceu” refere-se à vinda de Cristo à terra como criança (a encarnação). As últimas quatro palavras são uma interpretação aceitável do texto grego, tornando a frase “regiões inferiores da terra” como “regiões inferiores que são a terra” (a forma gramatical no grego seria chamada genitivo de aposição). Fazemos o mesmo, por exemplo com a frase “a cidade de Chicago”, uma vez que queremos dizer “a cidade que é Chicago”.
A interpretação da NIV é preferível nesse contexto porque Paulo está dizendo que o Cristo que subiu ao céu (na ascensão) é o mesmo que antes desceu do céu. Aquela “descida” do céu ocorreu, é claro, quando Cristo nasceu como homem. Assim, o versículo fala da encarnação, não de descer ao inferno.
(d) 1 Pedro 3.18-20. Para muitos, essa é a passagem mais intrigante em todo o assunto. Pedro diz que Cristo foi “morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca”.

- Isso falaria de Cristo pregando no inferno?
Alguns entendem que “foi e pregou aos espíritos em prisão” significa que Cristo foi ao inferno e pregou aos espíritos que ali estavam – ou proclamando o evangelho e oferente uma segunda oportunidade de arrependimento, ou só proclamando que havia triunfado sobre eles e que estavam eternamente condenados.
Mas essas interpretações não explicam de modo adequado nem a própria passagem nem sua colocação nesse contexto. Pedro não diz que Cristo pregou aos espíritos em geral, mas só aos que “noutro tempo foram desobedientes [...] enquanto se preparava a arca”. Tal público limitado – os que desobedeceram durante a construção da arca – seria um grupo estranho pelo qual Cristo teria descido ao inferno para pregar. Se Cristo proclamou seu triunfo, por que só a esses pecadores e não a todos? E se ele ofereceu uma segunda oportunidade de salvação, porque só a esses pecadores e a todos? Ainda mais difícil para essa concepção é o fato de as Escrituras em outras partes indicarem que não há oportunidade de arrependimento após a morte (Lc 16.26; Hb 10.26-27).
Além disso, o contexto de 1 Pedro 3 torna improvável uma “pregação no inferno”. Pedro está incentivando seu leitores a testemunhar com ousadia a incrédulos hostis à sua volta. Ele só lhes diz que devem estar “sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança” que há neles ( 1 Pe 3.15, NVI). Esse tema evangelístico perderia sua urgência se Pedro estivesse ensinando uma segunda oportunidade de salvação após a morte. E não caberia em absoluto uma “pregação” de condenação.

- Isso falaria de Cristo pregando a anjos decaídos?
Para dar uma explicação melhor a essas dificuldades, alguns comentaristas propõem que se entenda “espíritos em prisão” como espíritos demoníacos, os espíritos dos anjos decaídos, dizendo que Cristo proclamou condenação a esses demônios. Isso (alegam) consolaria os leitores de Pedro, mostrando-lhes que as forças demoníacas que os oprimiam também seriam derrotadas por Cristo.
Entretanto, os leitores de Pedro teriam de se submeter a um processo de raciocínio incrivelmente complicado para chegar a essa conclusão, já que Pedro não ensina isso de modo explicito. Eles teriam de raciocinar a partir do seguinte: (1) alguns demônios que pecaram há muito tempo foram condenados; (2) outros demônios estão agora incitados nossos perseguidores humanos; (3) aqueles demônios também serão um dia igualmente condenados; (4) portanto, seus perseguidores serão por fim também julgados. Finalmente os leitores de Pedro chegariam à mensagem dele: (5) Por isso, não temam seus perseguidores.
Os que defendem essa idéia de “pregação aos anjos decaídos” precisam pressupor que os leitores de Pedro “leriam nas entrelinhas” para concluir tudo isso (pontos 2 a 5) a partir da simples declaração de que Cristo “pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes” (1 Pe 3. 19-20). Mas não parece muito complexo dizer que Pedro sabia que seus leitores leriam tudo isso nas entrelinhas?
Alem disso, Pedro destaca pessoas hostis, não demônios, no contexto (1 Pe 3.14, 16). E ondo os leitores de Pedro encontrariam a idéia de que os anjos pecaram “enquanto se preparava a arca”? Não há nada disso na história de Genesis a respeito da construção da arca. E (apesar do que reclamam alguns), se examinarmos todas as tradições da interpretação judaica da história do diluvio, não encontramos menção de anjos pecando especificamente “enquanto se preparava a arca”. Assim, a ideia de que Pedro está falando de Cristo proclamando julgamento a anjos decaídos também não é de fato convincente.


Bibliografia: Teologia Sistemática Atua e Exaustiva – Wayne Grudem ed. Vida Nova.

* Apenas uma defesa sobre um pensamento. Porém outras linhas da teologia sistemática defendem que Cristo pregou aos mortos durante os 3 dias que antecederam sua ressurreição.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Manifestações populares contra a corrupção. "E OS CRISTÃOS?"

   As pessoas sempre me perguntam sobre minha opinião quanto às manifestações populares que temos visto em todo Brasil. Você concorda, Leandro? Pedras, fale alguma coisa? O "crente" pode protestar nas ruas? Você não acha que o povo pode ser "massa de manobra"?

- Analisando brevemente os discursos
   Analiso os dois discursos que nossa Presidente, a Sra. Dilma, fez. Primeiro ela refutou os protestos, dizendo serem uma ação de sua oposição, tentando desqualificá-los. Depois, percebendo que não era, falou bem, falou de democracia e legitimou as manifestações contra a corrupção, como se estivesse isenta disso, ou que não fosse com ela. Só para lembrar: a Copa foi aprovada, os orçamentos foram aprovados, os estádios foram construídos no seu governo e no de seu antecessor, colega partidário, e tudo está sendo finalizado em seu governo. Não creio que a oposição tenha feito 10% das obras da Copa, visto que tudo é gerenciado pelo governo.

- O povo por si só
   Vendo os protestos, podemos perceber uma "desorganização" nas manifestações, com horários, locais, movimentações, várias datas, discursos e falas. A mobilização é boa e até em grande número, mas as vezes vemos imagens de um grupo indo por uma rua, enquanto outro vai para uma praça, denotando uma saudável falta de liderança. Quanto aos resultados, só saberemos com o tempo. Não tenho condições e tempo para participar dos protestos. Não julgo quem vai, nem quem fica em casa. Cada um cuida dos seus interesses, sendo eles individuais ou coletivos. Porém, entendo que o povo, inclusive os cristãos deveriam se politizar mais. Alguns de nós, cristãos, somente sabemos o nome do Vice-presidente, por ser divulgado um dia que ele poderia ser membro de uma seita satanista.

- Cristão protesta?
   Historicamente, isso nos rendeu até um nome, "protestante", já dizemos "não" a tudo que mancha a vida da sociedade. E isso não foi sempre ligado somente no campo religioso. Aliás, nunca. O próprio Cristo foi crucificado por andar na contramão do seu tempo. Falou contra tudo que era uma deturpação da lei divina, contra o que era errado, e contra o que parecia certo, mas não era. Também falou contra a demagogia e hipocrisia, tanto dos governantes como dos governados. Além de mostrar que temos um papel como cidadãos, e que temos direitos e deveres como tais.  Pregou o amor, da maneira mais  pacífica já registrada e foi retaliado na mesma proporção contrária.
 
   Também temos o exemplo de Martinho Lutero, que pacificamente protestou, escrevendo suas teses contra o que estava corrompido pela Igreja e Estado. Por isso, viveu parte de sua vida fugindo dos que faziam a oposição.

   Outro, na Europa, que pregou o evangelho, mas também uma vida digna, justa, e incorruptível, já aqui na terra, e não somente na eternidade foi John Wesley. Ele liderou um grupo, apelidado de Metodistas, por pregarem uma vida correta enquanto cidadãos terrenos. Desta forma, influenciou uma geração e marcou uma mudança histórica na Inglaterra, gerando frutos em toda Europa e fora dela.

   Nós, cristãos, já protestamos quando testemunhamos com nossas vidas, refletindo a vida de Cristo. Já protestamos quando dizemos não à corrupção, ao troco a mais, não aceitando trapaça e com nossos eventos e mega-eventos sem registro policial algum. 

- Cortando a própria carne
"Mas, existem vários crentes que são corruptos!"
Vemos uma afirmação verdadeira. Infelizmente! Mas analisando ainda os protestos, observamos que em sua maioria, mesmo sem a devida precisão, o povo quer fazer pacificamente seus manifestos. E, mesmo assim, um pequeno grupo, insiste em vandalizar, radicalizar, barbarizar. Por várias vezes, ouvimos nas entrevistas, que o movimento é pacífico, e que somente "uma meia duzia" quer o quebra-quebra. Em todos os seguimentos temos pessoas que usam os discursos do grupo em que se encontram inseridas, usam as ideologias, os movimentos, a máquina, a institucionalidade... porém não estão comprometidas com a honestidade, sobriedade, nobreza ou coisa que o valha, que este grupo prega ou representa.
Obviamente, quando falo do protesto cristão, que acompanha toda a história, falo da maioria esmagadora que tem o discurso condizente com os atos.

- Afinal, participo ou não?
Devemos participar como cidadãos terrenos, segundo nossa própria consciência, sim. Mas, sempre devemos nos posicionar, como cidadãos celestiais, orando, falando do evangelho genuíno de Cristo e dizendo "não" ao pecado. Testemunhando com nossos discursos e atos. Na verdade, já puxamos a fila há muito tempo.
Abraço e paz de Cristo.



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Imagem: Internet
Correção: Cecília Maria Santos

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios


COMUNICAÇÃO SOBRE:
A Igreja Apostólica – Igreja entre os Gentios
(do Concílio de Jerusalém ao martírio de Paulo – 48-68 d.C)

Livro: História da Igreja Cristã
Editora: Vida (2007)
Capítulo abordado: 4
Autor: Jesse Lyman Hurlbut
Sobre o autor: (1843-1930) foi diretor do Instituto Bíblico de Newark, EUA, e um dos fundadores da League Epwoth, tida como o primeiro ministério de jovens da história da Igreja. Autor de mais de trinta livros de estudos bíblicos.
Palavras-chave: Paulo, Evangelho, gentios, viagem, igreja, Jerusalém

Introdução
            Após o Concílio de Jerusalém, a Igreja ganhou liberdade para aumentar e expandir a obra de Cristo, levando o evangelho do Mestre à todas pessoas, raças e nações. A tradição supõe que nesta época, os judeus, membros da igreja ainda observavam a lei judaica, mesmo estas leis sendo interpretadas de maneira mais aberta por líderes como Paulo. Mas os gentios podiam estar na igreja sem se submeterem às exigências da lei (lei mosaica)

Autoridades
            Para o estudo do período tratado aqui, precisamos tomar por base os livros de Atos (a partir do capítulo 16), as epístolas paulinas e o primeiro versículo da primeira epístola de Pedro (que possivelmente se refere a países talvez visitados por ele). Também podemos considerar algumas tradições do período imediato à era apostólica.

Campo e membros
            O território de atuação da Igreja alcançava todo o Império Romano. O número de membros gentios aumentava, enquanto o de judeus diminuía. Junto com o aumento dos cristãos gentios, aumentava também o ódio em relação a eles. Na maioria das ocasiões de perseguição contra os cristãos desta época, quem instigava eram os judeus.

Líderes
Durante este período, destacam-se 3 líderes na Igreja: Paulo, Pedro e Tiago.
Destes, Paulo é o que mais se destaca. Considerado o “Apóstolo dos Gentios”, fez enormes viagens nesse período, implantou várias igrejas, fundamentou líderes e organizou a teologia cristã
Pedro, cujo nome apenas consta em registros e foi reconhecido por Paulo como uma das “colunas”.
Tiago, irmão mais novo de Jesus e líder da igreja de Jerusalém e dos judeus cristãos da época. Fiel e conservador dos costumes judaicos, mas não se opunha que o evangelho fosse pregado aos gentios.
Os três citados perderam a vida como mártires da fé, neste período.

Viagens missionárias de Paulo
Referências bíblicas das viagens de Paulo:
- Segunda viagem – Visita à Europa (At 15.36 a 18.22).
- Terceira viagem – À Igreja em Éfeso (At 18.23 a 21.17; 16.1-3; Fp 2.19-22; At 19.22; 20.4; 19.10; Ap 1.4,11; At 20.1,2; 20.6-12; 20.17-36).
- Quarta viagem – Paulo é preso (At 27 e 28; 25.9-12; 27.2; 27.3,5,8; 28.7-11; 28.16; 28.17-28; 28.30,31; Fp 1.12-14; Fm 22; 2Tm 4.20; Tt 1.5; Tt 3.12).
            O período em questão, conforme registrado nos 13 últimos capítulos de Atos, compreende somente as atividades de Paulo. Porém, outros missionários certamente atuaram, pois logo após o fim desse período são mencionados nomes de igrejas que Paulo jamais visitou.
            Segunda viagem – Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo, juntamente com Silas, saiu de Antioquia da Síria em direção à Ásia Menor (atual Turquia). Atravessou a Cilícia, região onde se situava Tarso, sua terra natal (onde possivelmente passou), seguindo para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia. Estabeleceram as igrejas de Filipos, Tessalônica e Beréia (província macedônica). Organizaram um pequeno núcleo na cidade de Atenas e uma forte congregação em Corinto. De Corinto, Paulo escreveu as duas cartas direcionadas à Igreja de Tessalônica (primeiras epístolas paulinas).
            Fundou igrejas em pelo menos sete cidades e podemos dizer, que, abriu o continente europeu à pregação do evangelho.
Visitou igrejas fundadas em sua primeira viagem.
Terceira viagem – Depois de um período de descanso, Paulo foi de Antioquia para Jerusalém, onde se tornou prisioneiro romano. Teve como companheiro, inicialmente, somente Timóteo, seu filho na fé. Depois, outros se uniram a ele.
Visitou no início da viagem as igrejas da Síria e da Cicília e também certamente sua cidade natal, Tarso. Visitou mais uma vez as igrejas que organizou na sua primeira viagem. Depois, foi para Éfeso, onde ficou por mais de dois anos (período mais longo em que Paulo passou em um só lugar durante suas viagens). Teve sucesso na propagação do evangelho em toda província próxima a Éfeso. As igrejas da Ásia foram implatadas por ele de maneira direta ou indireta.
De Éfeso foi para a Macedônia, visitando Filipos, Tessalônica, Beréia e Grécia.
Depois, sentiu de voltar pelo mesmo caminho, passando novamente por Trôade, Éfeso, Cesaréia até Jerusalém.
Dessa viagem, os resultados mais importantes são a Igreja de Éfeso e duas das suas mais importantes epístolas, à Igreja em Roma, com princípios do Evangelho e aos gálatas, onde os mestres judaizantes haviam pervertido muitos discípulos.
Quarta viagem – Por 5 anos, Paulo esteve prisioneiro. Um tempo em Jerusalém, depois em Cesaréia e em Roma. Esta viagem foi pedida por Paulo, apelando ser julgado em Roma. Mesmo sendo uma viagem não programada, podemos considerar uma viagem missionária, visto que Paulo aproveitava todas as oportunidades para pregar o Evangelho de Cristo.
Teve como companheiro Lucas e Aristarco.
No navio, viajavam criminosos, que eram levados à Roma para serem mortos pelos gladiadores, além dos soldados que escoltavam estes prisioneiros. Estamos certos que todos ouviram falar de Cristo através de Paulo. O navio aportou nas cidades de Sidom, Mirra e Creta. Naufragou em Melita, onde ficaram por 3 meses. Certamente, nessas 4 cidades, houveram muitas conversões.
Paulo chega a Roma. Mesmo preso, foi permitido que morasse em casa alugada, acorrentado a um soldado, enquanto aguardava julgamento.
O objetivo, como sempre, era evangelizar os judeus. Fez isso, e percebendo que poucos aceitaram o evangelho, voltou-se então para os gentios.
Nesse período, a casa que morava em Roma, funcionou como igreja. Porém o maior trabalho realizado foi a composição das epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Paulo então é liberto. Consideramos então, os três ou quatro anos de sua liberdade a continuação da quarta viagem. Visitou a Ilha de Creta, deixando Tito como responsável pelas igrejas. Esteve em Nicópolis. A tradição diz que nesse lugar, Paulo foi preso e enviado outra vez para Roma, onde morreu decapitado no ano de 68.
Alguns atribuem a este período a composição das Epístolas de I Timóteo, Tito e II Timóteo (escrita na prisão de Roma).

Primeira Perseguição imperial (Nero), 65-68
Em 64, uma grande parte de Roma foi destruída por um incêndio. Atribuindo-se o feito ao imperador Nero. A fim de escapar da autoria que lhe fora popularmente atribuída, Nero, culpa os cristãos pelo incêndio e inicia uma grande perseguição. Muitos cristãos foram perseguidos, torturados e mortos. Dentre eles, o próprio Aposto Pedro, que foi crucificado de cabeça para baixo em 67, e o Apóstolo Paulo, em 68.
Nesse período, encontramos relatos onde cristãos foram queimados como “tochas vivas”, enquanto o imperador passeava de carruagem. Considera-se uma das vinganças da história que nos jardins onde aconteceram estas mortes, hoje, esteja o Vaticano e a Basílica de São Pedro.

Literatura da Época
Por volta do ano 50, ainda não havia nenhum livro do Novo Testamento. Somente as memórias dos primeiros discípulos de Cristo. Antes do final desse período, ano 68, boa parte dos livros do Novo Testamento já estava circulando (Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e as epístolas de Paulo, Tiago, I Pedro e, talvez, II Pedro).

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dia 23 de março de 2013... Evangelismo Regional JUWES6

Já estamos nos preparando para o dia 23 de março de 2013.
Evangelismo Regional na Zona Sul do Rio de Janeiro, Praia de Copacabana, concentração em frente ao Hotel Copacabana Palace.


Em breve, mais informações aqui e no site
www.juventudewesleyana6.com.br
e
www.facebook.com/juwes6

Tempo de Crescer!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Bíblia e os Manuscritos do Mar Morto


A Bíblia, principalmente para os cristãos, é a palavra do próprio Deus revelada aos homens. É como se Deus quisesse que o homem tivesse conhecimento de sua existência, personalidade, ações e objetivos, usando para isso a linguagem humana.
Durante muito tempo ela foi estudada, confrontada e pesquisada. Por se tratar de livros escritos há milênios, muito se punha em dúvida suas origens e a fidelidade de seus textos. Pois fora tirada de cópias e recópias com datas bem posteriores aos seus originais. Pensava-se muito nas possibilidades de que os escribas ou de que os copistas terem acrescentado ou retirado palavras, frases ou até mesmo capítulos inteiros desses textos.
Nesses estudos, encontraram-se algumas diferenças de uma cópia para outra, por possíveis erros, as vezes de uma única letra no hebraico ou no grego.
O vídeo fala de forma simples e esclarecedora sobre os a literatura encontrada, chamada de “Manuscritos do Mar Morto”.



Ao longo dos anos a crítica textual estudou as cópias e recópias dos livros do antigo e novo testamento, afim de entender essas diferenças entre as mesmas e tentando contextualizar à época os relatos encontrados. Alguns renomados pesquisadores definiram algumas dessas diferenças e possíveis contradições entre os textos, chegando a números bem diferentes em suas conclusões. Essas diferenças textuais mesmo assim não iam de contra o fundamento principal da fé judaica e da fé cristã descritas nesses livros.
A cópia estudada, mais antiga, era de uma data muito distante da época em que os fatos originais foram documentados. Alguns até mesmo duvidavam que outra cópia mais antiga e fiel fosse encontrada.
Em 1947, considerado por muitos, até mesmo pelo narrador do vídeo, aconteceu uma descoberta milagrosa. Um menino, da Jordânia, pastor de ovelhas, de nome Muhamed, enquanto buscava algumas ovelhas perdidas, encontrou em uma fenda nas montanhas do deserto de sua região, alguns vasos. Pensando se tratar de um tesouro escondido, pediu ajuda, conseguiu entrar na fenda, e então retirou os vasos. Para a sua surpresa e insatisfação, não se tratava de um tesouro com peso de ouro, e sim de um outro tesouro ainda maior. Nestes vasos continham rolos de manuscritos antigos. Sem saber do valor, o menino e os seus parentes se desfizeram de alguns. Enquanto procuravam outros vasos ou possíveis tesouros, o governo da Jordânia interrompeu a ação, visto que no país esse tipo de exploração é proibida. Um grupo de estudiosos e arqueólogos começou a trabalhar no local e descobriu outras fendas onde continham todo o restante do material. Se tratava, nada mais, nada menos, do que manuscritos datados de 300 anos a.C., tanto de livros do antigo testamento como de livros históricos. 
Essa descoberta revolucionou o estudo das sagradas escrituras. Pode-se então tirar várias dúvidas e concluir outras questões sobre a fidedignidade das escrituras que tínhamos em mãos até então, que foram tiradas de cópias das cópias de cópias destes manuscritos.
Fez uma comparação dos textos e concluiu-se que a fidelidade dos textos tinha sido mantida quase que 100%, baseando a tamanha dificuldade disso acontecer num espaço de mais de 1000 anos entre a então cópia mais antiga e o grande achado arqueológico.
O trabalho foi muito técnico, demorado e meticuloso, pois se tratava de rolos com mais de 2000 anos de existência. Muito desse material, com a ação do tempo estava colado e gasto. Para terminar esse enorme quebra-cabeça, os estudiosos e restauradores chegaram a receber críticas severas de tablóides sensacionalistas da época, que imaginavam talvez, se tratar de livros empoeirados em uma caixa enterrada.
Mas, depois do trabalho completo e do pronunciamento dos estudiosos, a conclusão foi que os textos das cópias que tínhamos até então das escrituras sagradas, tinham total fidelidade aos textos originais. Como diz o narrador, Deus, de uma maneira, preservou esses manuscritos e desta forma provou ao mundo a fidelidade da Bíblia.
A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto comprovam cientificamente a fidelidade dos textos, que foram preservados pelos copistas até os dias de hoje.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Resenha Crítica - Livro: O impostor que vive em mim


MANNING, Brennan. O impostor que vive em mim. 2. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.

O livro de Brennan Manning fala sobre um conflito interno do homem espiritual, entre sua humanidade e dependência da graça divina, sua necessidade de melhor expor sua vida perante os outros e de auto aceitação.

Para nos demonstrar melhor o conflito interno que cada um vive ao longo da sua vida em todos os aspectos, mas principalmente em sua caminhada espiritual, o autor se vale de várias experiências  pessoais, inclusive do fato de ter tido problemas com alcoolismo, também de algumas ilustrações, e principalmente do seu retiro espiritual, solitário, durante algumas semanas em uma cabana. Experiência esta que o levou a não somente estudar sobre si mesmo, ou simplesmente refletir sobre a vida. Descobriu que boa parte de sua história vivida até aquele momento tinha sido suprimida pelo que ele denomina “o falso eu”.

Ele inicia com uma estória sobre um jovem chamado Ruller, que ilustra bem esse conflito. O que é por nós? O que é por Deus? Eu sou o culpado? Deus é o culpado? Até onde vai a interferência divina na minha vida? 

Manning atesta que um dos maiores problemas que o homem vive e de não se aceitar como homem, devido a pressão externa de qualquer meio social em que estamos inseridos, como: família, escola, trabalho, igreja, etc; mas principalmente a pressão o próprio homem faz sobre si, para que toda pressão externa seja aliviada, ou, até mesmo saciada.

“Em minha experiência, o detestar-se é a doença dominante que aleija os cristãos, sufocando o crescimento no Espírito Santo. O tom melancólico das peças de Checkhon: ´Você está vivendo mal, meu amigo´ assombra a consciência do cristão americano. Vozes negativas da família ´Você nunca vai ser nada mesmo!´; O moralismo da igreja e a pressão para sermos bem-sucedidos transformam peregrinos cheios de expectativa a caminho da Nova Jerusalém numa trupe desalentada de Hamlets tatiturnos e Rullers amedrontados.”

Segundo o autor esse conflito tem início de seu fim com o reconhecimento da humanidade. Quando o homem entende que é falho e reconhece suas limitações. A palavra transgressão é compreendida por ele como a principal característica para essa mudança interior. A transgressão, ou pecado, é o que precisamos para sermos aceitos. Mas, é justamente o que rejeitamos. A transgressão é justamente a fraqueza que nos permite dar um passo em direção à cura.

O homem tem uma tendência natural em agradar os outros. Desta forma nos forçamos a cumprir regras, horários, protocolos, exigências, etc. E, assim, acabamos enganando a nós mesmos, pensando, inclusive, estarmos mais próximos de Deus. Nos faz, algumas vezes, acreditar que estamos sendo bem-sucedidos em nossa vida e ministério. Na verdade estamos nos escondendo em nossa soberba e em um drama bem encenado por este falso eu. De forma, que quando fazemos isso, estamos nos enganando também, diminuindo o poder da graça divina. 

O autor é bem direto e claro ao definir este impostor, que por algumas vezes chama de o falso eu, com algumas citações, como: “O impostor vive com medo”, “Os impostores se preocupam a aceitação e a aprovação”, “O falso eu nasce na infância”, “O impostor é o co-dependente clássico”, “O falso eu se vale de experiências externas”, “O impostor se predispõe a valorizar o que não tem importância”, “O impostor está atento ao tamanho”, dentre outras. Nos trazendo uma reflexão sobre como damos mais importância até mesmo para a aparência física como para a vida espiritual.

Graça. Manning, fala do amor incondicional de Deus. O que pra nós parece um assunto comum, é por diversas vezes, de maneira traiçoeira, escondido pelo falso eu. Deus nos ama por ele e sempre. Seu amor transcende nossa humanidade, nosso pecado, nossas aparências. Sua graça nos alcança todos os dias, independentemente se queremos isso ou não. Não é por nós, por nossos atos, pela maneira que vivemos, etc. E sim por Ele e para Ele.

“O amor de Cristo (não nosso amor por ele, mas seu amor por nós) nos impele. A integração da mente com o coração molda a personalidade unificada que vive em estado de consciência apaixonada.”

Conclui de forma brilhante falando sobre a cruz de Cristo, sua paixão e morte. Cristo é a cura desse conflito interior, a libertação dessa amarra mortal da hipocrisia em nossa alma. Cristo venceu a morte e o pecado, afim de que nada, absolutamente nada, possa nos separar do amor divino.

O livro poderia se chamar “O falso eu”. Digo isso, pois a palavra “impostor”, contida no título, nos remete, talvez, a uma influência externa. Mas entendo que até mesmo o falso eu é uma característica humana, faz parte do nosso erro, ou em alguns casos uma falha de caráter. 

Percebi um excesso de citações que podem dificultar a leitura. Demonstra até que o autor tem um vasto conhecimento e fez uma ampla pesquisa e estudo sobre o assunto, enriquecendo o conteúdo. Porém, penso que o ele poderia sintetizar mais alguns pensamentos, mesmo que citasse a fonte ou o autor, mas usaria suas palavras. Temos em alguns capítulos, páginas inteiras de citações. A linguagem que ele usa, é direta, clara e simples, mas, quando faz uma citação, é obrigado a por na íntegra. E como se trata de uma obra em outra língua, na tradução destas citações, o texto fica por algumas vezes com uma compreensão que destoa do conteúdo do autor. 

Alguns momentos entendi o livro como sendo de auto-ajuda e com um conteúdo muito para constatações da psicologia.  Mas, no geral, o testemunho pessoal trás em sua maior parte um ensino espiritual.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Igreja Evangélica x Direito Autoral

Tenho visto algumas postagens nas redes sociais a respeito de direitos autorais. Uma empresa tem encaminhado cartas para as igrejas com o objetivo de esclarecer o assunto e isto, ao meu ver, é apenas para ajudar.

Para evitar problemas futuros, regularize a questão de direitos autorais em sua igreja. Esta empresa está oferecendo assessoria para este assunto de extrema relevância que é pouco falado, ainda, em nossas igrejas.
A taxa é anual e "barata". Não há nenhuma complicação ou mesmo uma perseguição às igrejas evangélicas no Brasil. É apenas um oferecimento de um serviço para regularização, que, por enquanto, ainda não fiscalizam com rigor.

Entendamos que o assunto não trata tão somente da exposição das músicas, como faz o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Trata da projeção em slides (data show), impressão de letras em folderes e programas de culto etc. Vale então, uma pequena explicação sobre as cobranças de taxas executadas pelo ECAD:
- Alguns eventos que organizei, fez-se necessário o pagamento destas taxas. Em outros, aconteceu de um dos organizadores fazer parte da programação. Mesmo que isso aconteça, é exigido que se paguem essas taxas, pois elas são recebidas, delas se extraem os custos do escritório, e dos trâmites legais e retornam em porcentagem para o compositor, intérprete, músicos, gravadoras etc.
     Ex: Se o Cantor/Pastor Eliseu Gomes for cantar suas músicas em um evento que ele mesmo organizou, é necessário o pagamento das taxas.

Penso que é uma questão tão simples quanto a taxa anual proposta.

Veja a carta que foi enviada para mais de 250.000 igrejas no Brasil.


Assista também o vídeo explicativo:



Mais informações no site da CCLI



Abraço a todos,
Leandro Pedras
(imagens extraídas do perfil no Facebook do Pastor Walter MacAlister - IPNV)
* Revisão de texto, André Vidal